Entrevista compartilhada do site JLPOLÍTICA, de 3 de setembro de 2022
Alessandro Vieira: “Sergipe está estagnado economicamente, com os piores indicadores do Brasil”
“Minha história é de enfrentamento ao velho sistema corrompido que impede o desenvolvimento de Sergipe”
Por Jozailto Lima
O senador Alessandro Vieira, PSDB, pode carregar consigo, ainda, o estigma de uma incógnita - afinal, quem é e o que pensa esse camarada que se fez senador fora dos cânones tradicionais? -, mas ninguém pode negar que ele é um sujeito focado.
Mais do que ser focado, Alessandro Vieira, que se declara de centro, não parece disposto a desarmar seus projetos e nem ceder a acenos fáceis ou brutos da política. Segue firme com aquela sua providencial sisudez.
E é exatamente em nome disso que quatro anos depois de ter angariado os 474 mil votos que o levaram a Brasília, está ele de novo batendo continência para uma nova eleição. Tentando acariciar os sergipanos para uma nova chance.
Desta vez, com a intenção de voltar de Brasília e refincar raízes em Sergipe, sendo o seu governador de 2023 a 2026, em sucessão a Belivaldo Chagas, PSD.
“A minha história de vida é de enfrentamento ao velho sistema corrompido que impede o desenvolvimento de Sergipe”, avisa ele, com discurso sempre armado contra os caciques da política local.
“O grupo político que tenho orgulho de liderar representa a efetiva oposição a tudo que os governos de Jackson e Belivaldo representam. Me preparei para o desafio e já mostrei coragem para encarar”, reforça.
Nesse “me preparei para o desafio” de Alessandro Vieira há mesmo fundas queixas contra o modo como os tradicionais da política de Sergipe pensam e aplicam modelos de gestões em nome do Estado.
“Desde João Alves e do início do governo Déda não temos um projeto de Estado. A gestão se tornou reativa e ainda mais ineficiente”, acusa ele.
“A consequência mais evidente é o subdesenvolvimento econômico, com impactos sociais gravíssimos em todas as áreas. Considerando a relevância, é possível apontar o desastre na educação como aquele que mais penaliza os sergipanos”, diagnostica.
Alessandro Vieira vai à eleição numa aliança com o Cidadania, que já foi seu partido e que apresenta o candidato a vice-governador na figura do empresário Milton Andrade, e com o Podemos, que terá Danielle Garcia na disputa ao Senado.
Ele tem essas duas figura em alta conta para o seu projeto político. “Milton Andrade é um gestor testado e aprovado no campo privado, com excelentes ideias no campo da geração de empregos e aceleração da economia. Danielle é qualificada, tem coragem e independência para representar Sergipe com brilhantismo em Brasília. Tem meu voto e minha confiança”, define-os.
Alessandro Vieira tem 47 anos, nasceu em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, mas desde os oito anos de idade é um sergipano. É filho de Getúlio Vieira, já falecido, e de Jesus Vieira.
Ele é casado com Helga Mesquita Gumes Vieira e é pai de Gabriela, João Pedro e Mariana.
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Alessandro é bacharel em Direito, delegado de carreira da Polícia Judiciária de Sergipe - que é como se chama hoje a antiga Polícia Civil - e antes de 2018 nunca havia disputado mandato eletivo algum. Acertou na veia de primeira num mandato de alta voltagem.
“Sergipe está estagnado economicamente, com os piores indicadores do Brasil. É preciso buscar com urgência a geração de empregos e renda, respeitando e potencializando nossas vocações regionais, como o turismo e o agronegócio”, especifica o candidato.
A Entrevista com o senador Alessandro Vieira está boa de ser lida - é curta e direta aos fatos.
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NASCIDO PARA ENFRENTAR O VELHO SISTEMA
“A minha história de vida é de enfrentamento ao velho sistema corrompido que impede o desenvolvimento de Sergipe. O grupo político que tenho orgulho de liderar representa a efetiva oposição a tudo que os governos de Jackson e Belivaldo representam”
JLPolítica - Por que os sergipanos deveriam achar mesmo que o senhor encarnaria uma “Esperança de Mudança” na política estadual, como sintetiza o slogan de sua campanha?
Alessandro Vieira - A minha história de vida é de enfrentamento ao velho sistema corrompido que impede o desenvolvimento de Sergipe. O grupo político que tenho orgulho de liderar representa a efetiva oposição a tudo que os governos de Jackson e Belivaldo representam. Me preparei para o desafio e já mostrei coragem para encarar.
JLPolítica - O senhor e sua eleição de senador foram considerados a surpresa do século na política de Sergipe há quatro anos. Qual é a chance de uma surpresa semelhante lhe acudir neste 2022 na disputa pelo Governo do Estado?
AV - O desejo de mudança é muito presente em todos os cantos de Sergipe. As pessoas estão cansadas de tanto desgoverno. A nossa missão nessa campanha é convidar cada eleitor a comparar os candidatos disponíveis. Se isso acontecer, a vitória será uma realidade. Fábio e Rogério fazem parte do problema, não da solução.
JLPolítica - O senhor pessoalmente tem tônus e grupo para reconstruir o Estado de Sergipe, como promete nesta campanha?
AV - Tenho absoluta certeza de que sim.
O ÔNUS DE UM ESTADO ESTAGNADO
“Sergipe está estagnado economicamente, com os piores indicadores do Brasil. É preciso buscar com urgência a geração de empregos e renda, respeitando e potencializando nossas vocações regionais, como o turismo e o agronegócio”
JLPolítica - Qual é a característica, ou a sintomática, de uma “gestão pública eficiente”, segundo anuncia o primeiro item do seu programa de Governo apresentado ao TRE?
AV - Honestidade e eficiência no trato da coisa pública e, principalmente, respeito pelo povo sergipano.
JLPolítica - Qual é o real norte de um desenvolvimento econômico e da sustentabilidade que a sua candidatura promete aos sergipanos? Esses valores se vestem de que características concretas?
AV - Sergipe está estagnado economicamente, com os piores indicadores do Brasil. É preciso buscar com urgência a geração de empregos e renda, respeitando e potencializando nossas vocações regionais, como o turismo e o agronegócio.
JLPolítica - A pergunta acima vale também para o “desenvolvimento social e qualidade de vida” anunciados identicamente em seu programa?
AV - Sergipe tem hoje mais gente recebendo Auxílio Brasil do que com carteira assinada. Saúde e educação desastrosas e a miséria crescendo. Precisamos de um conjunto firme de medidas imediatas na linha da segurança alimentar e transferência de renda, ao mesmo tempo em que revolucionarmos a educação pública sergipana, que foi abandonada ao longo dos anos.
DESDE HÁ MUITO, UM ESTADO SEM PROJETO
“Desde João Alves e do início do governo Déda não temos um projeto de Estado. A gestão se tornou reativa e ainda mais ineficiente. A consequência mais evidente é o subdesenvolvimento econômico, com impactos sociais gravíssimos em todas as áreas”
JLPolítica - De que o Estado de Sergipe mais ressentiu nas duas primeiras décadas deste século no aspecto do pensar e do executar a gestão pública?
AV - Desde João Alves e do início do governo Déda não temos um projeto de Estado. A gestão se tornou reativa e ainda mais ineficiente. A consequência mais evidente é o subdesenvolvimento econômico, com impactos sociais gravíssimos em todas as áreas. Considerando a relevância, é possível apontar o desastre na educação como aquele que mais penaliza os sergipanos.
JLPolítica - E quem é que garante que o senhor não será mais um na fila desse pão?
AV - A minha história garante isso. Já tive todas as oportunidades de me render ao sistema e sigo enfrentando, sempre fiel aos princípios que trago de casa: trabalho, honestidade e respeito aos outros.
JLPolítica - A sua insistência em ver Fábio Mitidieri e Rogério Carvalho como galhos de uma mesma árvore se fundamenta basicamente em quê?
AV - Fundamenta-se basicamente na realidade. Basta olhar o histórico: estão no mesmo grupo, ocupando ou indicando pessoas pra cargos relevantes no governo há décadas. Fábio Mitidieri e Rogério Carvalho são sócios do fracasso e não há marketing capaz de esconder isso.
DESO E BANESE, MELHORAR PARA NÃO PRIVATIZAR
“A Deso precisa de um choque de gestão, com reestruturação do corpo técnico e fim da politização na administração. Já o Banese terá seu foco direcionado para o fomento da atividade produtiva”
JLPolítica - Quem é credor de isenção de imposto no Estado quando o Estado vive de imposto?
AV - É preciso praticar justiça tributária e também estímulos inteligentes à atividade produtiva. Vamos garantir isenção total para os sergipanos que estão no CadÚnico e também revisar os limites do Simples. Da mesma forma, isentar motoristas profissionais de IPVA, licenciamento e das taxas de renovação da CNH. Em paralelo, vamos reestruturar e fortalecer a Sefaz, para combater a sonegação fiscal.
JLPolítica - Uma vez governador, o senhor privatizaria a Deso e o Banese?
AV - Não. A Deso precisa de um choque de gestão, com reestruturação do corpo técnico e fim da politização na administração. Já o Banese terá seu foco direcionado para o fomento da atividade produtiva. Vamos utilizar a estratégia de Fundos de Aval para alavancar crédito e estimular a geração de empregos.
JLPolítica - O que é que o empresário Milton Andrade, seu candidato a vice-governador, agrega em seu projeto político-eleitoral e num eventual governo do senhor?
AV - Milton Andrade é um gestor testado e aprovado no campo privado, com excelentes ideias no campo da geração de empregos e aceleração da economia. Além disso, é um apaixonado por Sergipe e será parceiro fundamental na gestão do nosso Estado.
DAS ATRIBUIÇÕES DO VICE MILTON ANDRADE
“Milton Andrade é um gestor testado e aprovado no campo privado, com excelentes ideias no campo da geração de empregos e aceleração da economia. Além disso, é um apaixonado por Sergipe e será parceiro fundamental na gestão do nosso Estado”
JLPolítica - Milton Andrade seria um vice-governador apenas dentro dos limites reservados a um vice ou o senhor lhe garantiria atribuições que transbordariam a isso?
AV - Ele terá participação direta na gestão. Qualquer coisa diferente disso, seria um desperdício.
JLPolítica - Qual é o legado que o exercício do mandato de senador nos últimos quatro anos lhe garantiu?
AV – Garantiu-me um conhecimento profundo dos problemas do nosso sistema político e o acesso às ferramentas para a melhoria da vida dos sergipanos. Hoje posso garantir que a boa política salva vidas e projeta um futuro vencedor.
JLPolítica - Quem vai disputar o mandato de governador encarnado na sua pessoa é o delegado de polícia ou o senador?
AV - É o Alessandro, que tem como profissão ser delegado de polícia e que hoje está senador da República. É o marido da Helga, pai da Gabi, do João e da Mari. E é o cidadão que se preparou para trabalhar pelo seu povo.
QUEM DISPUTA É O DELEGADO OU O SENADOR?
“É o Alessandro, que tem como profissão ser delegado de polícia e que hoje está senador da República. É o marido da Helga, pai da Gabi, do João e da Mari. E é o cidadão que se preparou para trabalhar pelo seu povo”
JLPolítica - Que tipo de político liberal o senhor se sente: de centro, de direita ou de extrema-direita?
AV - Sou um político de centro.
JLPolítica - O senhor vai à eleição órfão de um candidato à Presidência da República ou votará em Jair Bolsonaro de novo?
AV - Minha candidata é Simone Tebet.
JLPolítica - Entre Bolsonaro e Lula, quem estaria melhor talhado para comandar o Brasil de 2023 em diante?
AV - Nenhum dos dois me representa, razão pela qual defendo uma terceira via. Mas é preciso entender que a democracia consiste em respeitar o voto da maioria, mesmo sem concordar.
VALMIR E O NÃO FAZER GOVERNO SUBJUDICE
“Valmir está inelegível desde 2019, quando foi condenado pelo TRE. Eu só lamento a evidente interferência política dos adversários no processo, inclusive com a contratação de advogados renomados. Mas decisão judicial se cumpre. Não dá para fazer um governo de mudança na condição de subjudice”
JLPolítica - Qual é o seu entendimento do embargo judicial feito à candidatura de Valmir de Francisquinho na justiça eleitoral?
AV - Valmir está inelegível desde 2019, quando foi condenado pelo TRE. Eu só lamento a evidente interferência política dos adversários no processo, inclusive com a contratação de advogados renomados. Mas decisão judicial se cumpre. Não dá para fazer um governo de mudança na condição de subjudice.
20JLPolítica - O senhor acha que ele consegue chegar com o número e o nome dele na urna no dia 2 de outubro?
AV - Creio que não.
JLPolítica - O senhor acredita naquele discurso dele, de que não existe plano B e eu só tem Plano A, sendo ele o próprio plano A?
AV - Isso só ele pode responder.
DO QUÊ FAZER NA SEGURANÇA PÚBLICA
“Nós precisamos construir e executar uma Política Estadual de Segurança focada na prevenção e na redução dos indicadores de violência. Nossa polícia é qualificada, mas se tornou reativa”
JLPolítica - Na sua visão, para quem, entre vocês três - o senhor, Fábio Mitidieri e Rogério Carvalho - o leitor de Valmir migraria em caso de ele definitivamente ficar fora do páreo?
AV - A vontade do eleitor é soberana, mas a realidade é muita clara: quem quer mudar de verdade tem nosso nome à disposição. Quem quer deixar tudo como está, pode escolher qualquer dos outros. São a mesma coisa.
JLPolítica - Por que o sergipanos deveriam eleger Danielle Garcia senadora?
AV - Danielle é qualificada, tem coragem e independência para representar Sergipe com brilhantismo em Brasília. Tem meu voto e minha confiança.
JLPolítica - Como um homem da polícia judiciária do Estado, concursado e de carreira, qual é o conceito que que o senhor tem do Estado de Sergipe no contexto da segurança pública, e como o senhor trataria essa área num eventual governo seu?
AV - Nós precisamos construir e executar uma Política Estadual de Segurança focada na prevenção e na redução dos indicadores de violência. Nossa polícia é qualificada, mas se tornou reativa. É preciso revisar isso, pois não podemos aceitar Sergipe como o sétimo Estado mais violento do Brasil.
Texto e foto reproduzidos do site: jlpolitica.com.br
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