Publicado originalmente no site JLPOLÍTICA, em 24 de setembro de 2022
Valmir de Francisquinho: “Com fé em Deus e a força do povo, vamos lutar para vencer no primeiro turno”
“Em Sergipe sobra dinheiro público e falta gestor. Serei governador para mudar isso”
Valmir de Francisquinho, PL, 53 anos, canta de galo de ter sido o melhor prefeito da história de Itabaiana, a quarta maior cidade sergipana, e acha que essa condição é seu principal passaporte para se eleger governador de Sergipe e ser, também, o melhor gestor que o Estado já teve em todos os tempos.
Se isso é uma verdade ou não, só o desenrolar dos acontecimentos dirá. Mas o fato é que a sergipanada viu nesse itabaianense uma espécie de tábua de salvação no mar dos interesses políticos e da gestão pública, está se agarrando fortemente a ele e ameaçando dar-lhe votos suficientes no dia 2 de outubro para que a fatura da eleição seja liquidada ali mesmo - apesar dos impedimentos jurídicos e eleitorais que ele sofre.
E bem na dele, Valmir de Francisquinho acredita mesmo na hipótese desse sucesso eleitoral logo no próximo domingo e confia que pode matar os problemas jurídicos imediatamente mais à frente, ao ponto de não se ver impedido de exercer o mandato de governador.
“Nossas pontuações nas pesquisas indicam claramente que, com o apoio da população, é possível vencer no primeiro turno. E se é algo possível, por que não trabalhar para que aconteça? Ainda mais quando o trabalho é a nossa maior marca. Assim, com fé em Deus e com a força do povo, vamos lutar para vencer no primeiro turno, sim”, diz ele.
Mas o que faz de Valmir de Francisquinho, que transita entre o desengonçado de um Pato Rouco - porta esse apelido em decorrência da voz rascante - e o determinismo de um sertanejo renitente, uma opção tão alta e significativa dos sergipanos? Será somente a passagem pela Prefeitura de Itabaiana?
Para responder a essas perguntas, Valmir dá dicas que devem ser levadas em conta. “Em Sergipe sobra dinheiro público e falta gestor. Serei governador para mudar isso”, diz. Para ele, seu currículo vem para atalhar essa carência de atitudes e de ações de gestores bons.
“Meu propósito maior é o trabalho. Em Itabaiana, ao longo de 60 anos, todos que chegavam à Prefeitura diziam que não tinha dinheiro. Cheguei, ajustei a máquina, acordei às 4:30 e dormi à meia noite todos os dias, não tirei um dia sequer de férias e coloquei a máquina pública pra funcionar. Não é passe de mágica”, avisa.
Sim, Valmir acha, sem dúvida, que esse portfólio justifica o estar bem dele nas pesquisas e no imaginário coletivo. “Todo mundo realmente abraçou essa ideia do tabaréu que vai governar Sergipe, do melhor prefeito que agora vai ser governador. Mas quanto a essa ideia de ruptura com o sistema, basta também observar o que fizemos em Itabaiana: eu quebrei o sistema da preguiça, do mau uso dos recursos públicos, da agiotagem com dinheiro público”, insiste.
Mas que os desavisados não pensem que Valmir chegou agora ou que nasceu ontem para a política e já quer sentar na majestosa janela do Governo do Estado. Ele vem de bem antes de um anteontem.
Desde os 19 anos disputa eleições - 1988, 1992, 1996, 2000, 2004, 2008, 2012 e 2016 -, foi cinco vezes vereador e duas vezes prefeito de sua Itabaiana Grande. Das oito disputas, só perdeu uma: mesmo assim, de vice-prefeito, quando o sujeito não é propriamente o votado.
Ele é um camarada calejado de afazeres: na feira-livre itabaianense, fez carrego a partir dos sete anos e depois vendeu picolé por volta dos 10 anos. Desde bem cedinho, e por influência do pai Francisquinho dos Porcos, se acostou ao líder político Chico de Miguel - deveria ter entre 12 anos e 13 anos.
Valmir fazia questão de acordar cedinho para acompanhar Chico na ordenha na fazenda dos Teles de Mendonça em Itabaiana - e, apesar da ruptura política com a família, segue reverenciando a memória do velho líder já ido.
Ainda molecote, aos 16, além de já ser marchante de porco e feirante, vira líder estudantil no significativo Colégio Estadual Murilo Braga, onde se reelege presidente do Grêmio dali e, depois, sai direto para a vereança, sendo eleito um dos mais jovens do Brasil e conquistando mais quatro mandatos consecutivos, sempre com votação crescente a cada disputa.
Daí para 2012 e a primeira vitória como prefeito foi um pulo: derrotou o até então “inderrotável” Luciano Bispo, que estava buscando reeleição após exercer o quarto mandato de prefeito da cidade, com um total de 27.435 votos, ou 53,59% dos válidos.
Exerceu seu primeiro mandato de tal forma que em 2016, na busca pela reeleição, foi aclamado novamente prefeito com 35.559 votos ou, como se diz, numa vitória de “2 por 1”, totalizando 65,83% dos válidos, contra Roberto Bispo, irmão do mesmo Luciano que ele havia derrotado quatro anos antes.
E em 2020, mesmo após ter passado por poucas e boas ao ser detido por 14 dias para “não atrapalhar as investigações” acerca do funcionamento do Matadouro Municipal e ficado afastado do mandato entre o final de novembro de 2018 e o início de março de 2019 - cerca de 90 e poucos dias -, Valmir elege prefeito seu secretário Adailton Sousa com margem de quase 8 mil votos sobre o segundo colocado.
Valmir dos Santos Costa nasceu no dia 3 de dezembro de 1968 ali mesmo em Itabaiana e é filho de Francisco Paes da Costa, o Francisquinho dos Porcos, que lhe empresta o nome como sobrenome, e de Maria Santos Costa.
O trio majoritário: Emília Correia, candidata a vice-governadora, Valmir de Francisquinho, a governador, e Eduardo Amorim, ao Senado
Ele tem quatro filhos - Diego, de 33 anos, Talysson, 31, Ícaro, 21, e Francisco, de 10 anos. É bacharel em Direito, cursou até o 5º período de Administração de Empresas e é empresário do setor de autoescola, com duas empresas desse ramo no agreste sergipano.
“Eu sempre disse, quando ainda era vereador, que dinheiro tinha, o que faltava era gestão de qualidade na Prefeitura. Provei isso em Itabaiana e vou provar isso em Sergipe: dinheiro tem, o que falta é um governador que se comprometa e trabalhe pelo bem da população”, insiste Valmir...
Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica.com.br
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