sábado, 22 de junho de 2024

Yasmine Mohammed: "A esquerda ocidental fortalece os radicais islâmicos"

Publicação compartilhada do BLOG DO ORLANDO TAMBOSI, de 21 de junho de 2024 

Yasmine Mohammed: "A esquerda ocidental fortalece os radicais islâmicos".

Isso é feito principalmente por meio do relativismo moral e do relativismo cultural. Entrevista a Duda Teixeira, da Crusoé:

A canadense Yasmine Mohammed foi obrigada a usar a burca na infância, depois que sua mãe divorciada casou-se com um muçulmano radical. Aos 19 anos, foi obrigada a se casar com um terrorista da Al Qaeda, mesmo vivendo no democrático e pacato Canadá. Quando estava grávida, ela conseguiu escapar de sua sina. Livre, tornou-se uma das vozes mais corajosas em defesa das mulheres que vivem em países de maioria islâmica.

Para o Crusoé Entrevistas, Yasmine conta a própria história e fala do seu livro Unvealed: How the West Empowers Radical Muslim (Sem o véu: como o Ocidente empodera os radicais islâmicos, em tradução livre).

“No meu livro, eu conto a história de quando eu tinha 12 anos. Eu pedi ajuda a um dos meus professores que foi à polícia, ao serviço de proteção infantil. Nós conversamos sobre todos os abusos que estavam acontecendo em minha casa. No final, o juiz me disse: “Esta é a sua cultura. Esta é a sua religião. Essa é a maneira que a sua família escolheu para discipliná-la. Não há nada que eu possa fazer por você”. Então, se uma menina é vítima de mutilação genital feminina (MGF), algo que é muito comum no país da minha mãe, que é o Egito. Se uma menina for vítima disso e nada acontecer. Então não haverá um impedimento para a família dela fazer o mesmo procedimento com as outras filhas“, disse Yasmine.

Um dos principais temas de Yasmine é a passividade das feministas ocidentais, que se esquivam de condenar a brutalidade dos homens islâmicos com as mulheres por medo de serem chamadas de islamofóbicas. Para Yasmine, a falta de ação do Ocidente conduz a violências constantes contra as mulheres e está na origem do atentado terrorista do Hamas a Israel em 7 de outubro do ano passado.

Por vídeo, a autora e defensora dos direitos humanos conversou com Crusoé. Mais abaixo, leia a íntegra da entrevista.

Eu gostaria de começar esta entrevista falando sobre você. Você poderia se apresentar? Você tem uma família egípcia, tem familiares na Faixa de Gaza. Foi casada com um terrorista da Al Qaeda, mas nasceu no Canadá. Então você poderia falar mais sobre você?

Sim, é uma história maluca quando você junta tudo em uma frase como essa sua. Mas sim, meu pai era de Gaza, ele cresceu lá. Naquela época, Gaza estava sob a controle do Egito. E então, quando ele conseguiu ir para a universidade, ele foi para o Egito. Foi lá que conheceu minha mãe. Os dois então se mudaram juntos para São Francisco, nos Estados Unidos, onde tiveram minha irmã e logo depois se mudaram para o Canadá, onde nasceu meu irmão e eu. Naquela época, eles eram pessoas muito seculares, de mente aberta e de pensamento muito livre. Sim, eles eram de famílias muçulmanas, mas de nenhuma forma eram políticos. Não eram islamistas, nem problemáticos. Mas o casamento acabou e eles se divorciaram. Meu pai se mudou para o outro lado do Canadá e minha mãe ficou em Vancouver. Então, ela se radicalizou. Isso era algo bastante comum. Por volta da década de 1970 e 1980, o Islã político estava se espalhando por todo o Oriente Médio e pelo Ocidente. Os resultados disso são muito mais claros agora, e havia ainda mais radicalização quando minha mãe era jovem. Antes, ela não usava hijab. Ninguém na sua família usava hijab. No Egito, não era possível ver alguém usando hijab, apenas nas aldeias. Mas agora, no Egito, quase todo mundo está usando hijab. Minha mãe, então, com aquela onda de islamização que estava acontecendo, ela também se radicalizou. Foi assim que eu acabei colocando a hijab aos 9 anos. Passei a frequentar escolas islâmicas e fui forçada a me casar com um terrorista da Al-Qaeda. E tive de começar a usar a burca, coberta da cabeça aos pés de preto. Nem meus olhos apareciam e eu tinha de usar luvas. Eu não estava autorizada a sair de casa. Então essa foi minha infância, em poucas palavras.

Onde você conheceu seu ex-marido?

Bem, esta é outra história maluca. Ele era conhecido como terrorista no Egito, então as autoridades egípcias retiraram sua cidadania e seu passaporte. Ele foi considerado “persona non grata“. Ele estava no Afeganistão com Bin Laden naquela época. Eles queriam que ele viesse para o Canadá para que ele pudesse fazer parte, você sabe, do atentado de 11 de setembro de 2001. Ele não pôde vir porque não tinha passaporte. Então, deram a ele um passaporte falso da Arábia Saudita. É uma loucura pensar que um egípcio vindo do Afeganistão com um passaporte falso da Arábia Saudita foi autorizado a entrar no Canadá. Mas foi assim que minha mãe o encontrou. Quando isso ocorreu, minha mãe ficou muito agradecida porque finalmente tinha encontrado um homem forte o suficiente para me controlar. Até então, ela tinha tentado me casar à força com meu primo. Eu consegui escapar. Durante toda minha infância eu tentei escapar dessa vida, sem sucesso. Quando ela o encontrou, achou que finalmente aquele homem poderia botar esta garota na linha.

Você tem família na Faixa de Gaza. Como os habitantes do território veem o Hamas?

Vou te falar sobre o meu pai. Ele ficava arrasado, com muita raiva e se sentia humilhado quando o mundo igualava o Hamas aos palestinos de Gaza. Meu pai era um ativista pela paz. Infelizmente, ele nos deixou em 2019. Então, ele não viu o que aconteceu no dia 7 de outubro. De certa forma, estou feliz que ele não tenha visto. Porque ele teria percebido naquele momento que não haveria esperança para que sua terra natal voltasse a ser como era. Quando ele era jovem e como ele queria que voltasse a ser. Eu entendo que o Hamas doutrinou muita gente em Gaza. Não tenho dúvidas disso. Eu vi os cartazes com desenhos, a escola, os professores, o currículo. Sei que há muita doutrinação para odiar o povo judeu. Estou muito familiarizada com a religião e como ela ensina tanto antissemitismo. Isso não ocorre apenas contra o povo judeu, mas contra qualquer pessoa que não seja muçulmana. Eu estou familiarizada com isso, é um problema. Mas é importante lembrar que há pontos de luz. Há pessoas como meu pai em Gaza que odeiam o Hamas e querem ser libertadas. Recentemente, eu entrevistei um jovem chamado Hamza (Howidy). Ele foi prisioneiro do Hamas porque participou de um protesto em Gaza. Ele conseguiu escapar de Gaza para a Alemanha. Isso foi antes do atentado de 7 de outubro de 2023. Milhares de pessoas estavam fugindo em busca do status de refugiado. Iam para qualquer lugar para fugir do Hamas, dessa organização terrorista que tomou conta dessa pátria. Portanto, é importante lembrar que mesmo antes desta guerra, as pessoas de Gaza estavam sofrendo. Agora, o sofrimento deles é ainda maior, porque há uma guerra. Então há mais perigo físico. Mas eles sempre foram aterrorizados pelo Hamas, desde que esse grupo tomou o poder.

Você fez uma ótima entrevista com Hamza. Nós publicamos uma nota sobre isso aqui na revista Crusoé. Parabéns. Você conhece a situação das mulheres na Faixa de Gaza?

Sim, é péssima. É absolutamente horrível. Não há liberdade para as mulheres em nenhum regime islâmico, quer estejamos falando do Irã ou do Afeganistão. Ou mesmo naqueles que gostamos de fingir que estão se tornando progressistas como a Arábia Saudita ou qualquer outro. Sudão? Somália? Pode dizer o nome de um país de maioria muçulmana. E vou mostrar a você mulheres que estão sendo perseguidas. Em Gaza não era diferente. De certa forma, era até mais difícil para as mulheres de lá porque não havia caminhos para qualquer tipo de apoio ou qualquer tipo da liberdade. Não existem centros contra a violência doméstica, por exemplo. Elas são controladas por terroristas que acreditam que os homens têm o direito de bater em suas esposas. Então, eles pensam: quem são essas mulheres que querem reclamar? Toda a sociedade trabalhava contra elas. Infelizmente, casamento infantil em Gaza era um grande problema porque mesmo as crianças mais novas eram casadas. A mesma coisa acontece no Iêmen, no Afeganistão e em todo o mundo de maioria muçulmana. É uma situação péssima para as mulheres, para os gays e para qualquer pessoa que acredite em qualquer tipo de liberdade.

As feministas no Ocidente estão conscientes da situação das mulheres nos países de maioria muçulmana?

Isso é uma loucura. Especialmente com o movimento das mulheres pela liberdade no Irã. Elas estavam arriscando as próprias vidas diante da Guarda Revolucionária, tirando seus hijabs e queimando-os em grandes fogueiras. Essas mulheres estavam sendo presas e estupradas até a morte. Elas estavam sendo espancadas até a morte. Essas histórias estavam por toda parte. Elas estavam tentando fazer de tudo para terem suas vozes escutadas. E é um milagre que elas tenham conseguido fazer com que suas vozes saíssem do Irã. Porque não se escutam as vozes das mulheres em todos esses outros países por causa de quão totalitárias são as sociedades em que elas vivem. Mas, de alguma forma, essas mulheres iranianas foram capazes de expressar suas vozes. Uma vez que elas finalmente foram capazes de mostrar ao mundo como é viver em um regime islâmico. A gente deduziria que as feministas do mundo se uniriam para apoiá-las. Mas esse não foi o caso, infelizmente. Elas foram traídas pelas outras feministas que olharam para elas e disseram: “Ah, nós não queremos apoiá-las porque não queremos parecer islamofóbicas”. Elas estão mais dispostas a apoiar um regime islâmico que aterroriza as mulheres. Há tantas histórias que parecem quase inacreditáveis. O fato de que as mulheres não podem cantar. Elas não podem andar de bicicleta. Elas não podem pintar as unhas com esmalte. Mesmo as pequenas liberdades foram tiradas delas. Sem contar que elas, por estarem sob a tutela de um homem, não podem escolher quando sair de casa. Quando viajar, ir à escola, abrir uma conta bancária. Grandes coisas, pequenas coisas, todas as coisas. As meninas do Afeganistão não podem nem ir para escola. Elas não podem aprender a ler, não podem ser educadas. Todos os aspectos da liberdade de uma mulher foram tirados delas. E nós estávamos somente tentando mostrar ao mundo o aspecto físico disso. Estávamos apenas tentando mostrar a eles o hijab, algo que é tão fácil de entender. É a ponta do iceberg. É algo muito visual, tão físico, que não há como não entender. Mas de alguma forma o mundo não entendeu ou optou por não entender.

No ataque terrorista em Israel no dia 7 de outubro, quando terroristas do Hamas violaram e mataram muitas mulheres. Não ocorreram protestos entre muitos grupos feministas no Ocidente. Qual é o problema com as feministas no Ocidente?

Essa é uma pergunta muito importante e eu gostaria de ter a resposta. Mas você pode ver que é uma coisa comum. A gente viu isso quando as mulheres yazidis estavam sendo estupradas e tornadas escravas sexuais pelo Estado Islâmico (EI ou Isis). As feministas não apoiaram as mulheres yazidis. Aconteceu também com as meninas cristãs nigerianas que foram levadas pelo Boko Haram. As feministas não apoiaram aquelas garotas. Isso aconteceu quando as meninas hindus no Paquistão estavam sendo sequestradas de suas famílias e forçadas ao casamento islâmico. Ninguém se manifestou a favor delas. Isso está acontecendo em todo o mundo, o tempo todo. E quando aconteceu com as mulheres israelenses… Eu esqueci de mencionar algo com o qual vocês também devem estar familiarizados. Mesmo na Grã-Bretanha, no Reino Unido, quando meninas britânicas estavam sendo sequestradas e forçadas a participar de estupro coletivos. Não havia ninguém para falar por elas. Os jornalistas e os políticos que as defenderam perderam os seus empregos e perderam a reputação deles. Quando isso aconteceu em Israel, foi uma continuação do mesmo fenômeno. Sempre que os homens aterrorizam as mulheres, ninguém fala por elas. Ninguém quer falar pelas vítimas porque estão demasiadamente ocupados protegendo os terroristas. Por alguma razão, quando veem um criminoso e uma vítima, e se o criminoso for um muçulmano, eles dizem: “Ah, não podemos apoiar a vítima porque isso nos tornaria islamofóbicos ou racistas ou xenófobos”. Então eles deixam essas mulheres continuarem sendo vítimas em todo o mundo. É absolutamente horrível e muito frustrante. Quando vi isso acontecer com as mulheres israelenses, isso partiu meu coração porque eu sei como é isso. Sei como é quando você é ignorado. Nós mulheres em todo o mundo de maioria muçulmana temos gritado por tanto tempo sobre os crimes de honra. Sobre as decapitações, sobre como as mulheres têm sido tratadas em todo o mundo muçulmano. Sendo mortas apenas por terem uma conta na rede social ou porque vestem calça jeans. Pelas razões mais ridículas, eles pegam as mulheres e as tratam como se fossem vermes. Temos gritado sobre isso há tanto tempo e temos sido ignoradas. As mulheres em todas essas sociedades que mencionei antes estão sendo tomadas como escravas sexuais. Todas estão sendo usadas e descartadas e ninguém está falando por elas. Quando vi que ninguém estava falando pelas mulheres israelenses e muitas pessoas negavam os crimes. Apesar de todos nós termos assistido aos vídeos, foi mais do que devastador. Eu não acreditava que o mundo pudesse ser tão cruel.

A sua ONG Free Hearts Free Minds ajuda as vítimas dos radicais islâmicos. O que essas pessoas geralmente pedem para a sua ONG?. Quais são as necessidades delas?

Há tantas necessidades… Nós somos a única ONG no planeta que está comprometida em apoiar esse grupo demográfico de pessoas. Então você pode imaginar que as necessidades são incrivelmente diversas e incrivelmente numerosas. Recentemente, tivemos um jovem chamado Abdullah que conseguiu escapar da Mauritânia. Como somos a única organização no mundo que faz esse tipo de trabalho, então nós temos gente de todo o planeta nos contactando. Abdullah é de um pequeno país chamado Mauritânia, governado pela sharia, a lei islâmica. Sua irmã sofreu uma mutilação genital feminina absolutamente horrível como punição porque querer tirar o hijab. É uma sociedade muito difícil de viver, muito centrada no islamismo. Ele foi capaz de escapar para Nova York. Nós conseguimos não apenas apoiá-lo com sua saúde mental. Mas também conseguimos um advogado para ele. E conectá-lo com outras organizações para obter ajuda. Ele é apenas um exemplo entre muitos. Infelizmente, só podemos apoiar cerca de 10% das pessoas que nos contactam. Porque há muitas pessoas que nos contactam de todo o mundo. Estamos, claro, limitados pelo nosso financiamento. Por isso só podemos crescer para apoiar o maior número de pessoas. Mas esperamos crescer e assim poder apoiar cada vez mais pessoas em todo o mundo.

Yasmine, como você explica os protestos pró-Palestina em dezenas de universidades canadenses e americanas? Você acha que esses protestos foram espontâneos?

Não, de jeito nenhum. Não creio que tenha sido espontâneo. Acho que isso já estava sendo configurado há muito tempo. Eles estavam preparando isso há anos. Quando escrevi meu livro no final de 2019 eu alertava que esse tipo de coisa poderia acontecer. E em 7 de outubro de 2023, em Israel, tudo o que tiveram de fazer foi acender um fósforo. Muito rapidamente todos os seus planos (dos terroristas) entraram no foco. É muito frustrante que eu tenha gritado sobre isso por tanto tempo. As pessoas olhavam para mim pensando que eu era uma alarmista. Eles não conseguiam ver o que eu via. Eles não tinham a minha perspectiva. Fui casada com um terrorista. Eu vivi essa vida. Eu entendo esse perigo. Muitas pessoas que eu estava tentando alcançar, pessoas no Canadá, pessoas nos Estados Unidos, pessoas na Austrália e em todo o mundo ocidental. Elas não tinham o mesmo conhecimento que eu. Não tinham a mesma perspectiva que eu. E eles não queriam me ouvir, porque era uma história feia. Eles não queriam reconhecê-la e não o fizeram. Mas infelizmente no dia 7 de outubro todo mundo foi forçado a ver isso. Todos foram forçados a reconhecer isso. Todo foram forçados a lidar com isso. De certa forma, o 7 de outubro trouxe tudo isso à luz. Agora que vemos pessoas no Canadá, com seus megafones, comemorando o 7 de outubro. Dizendo que querem ver o 7 de outubro acontecer mil vezes. Vemos pessoas andando por aí com suásticas nazistas. Vemos pessoas festejando o Irã. E pedindo ao Irã que queime Tel Aviv até o chão. Vemos esses apelos à violência em que as pessoas se sentem tão empoderadas para apelar publicamente por tal violência. A razão pela qual se sentem tão fortalecidas hoje. É porque por anos e anos e anos e anos, eles têm dado passos lentos nessa direção. E ninguém os impediu. A eles se sentem tão fortalecidos que podem dizer o que querem nestes campi universitários ou em todas as nossas cidades. Mesmo em nossos metrôs. Se eles sentirem vontade de assediar os judeus em suas casas, assediar os bairros judeus em Londres e em Toronto. Isso acontece por causa de um lento empoderamento. Eles têm desfrutado de tudo nestes anos porque nos recusamos a bater o pé. Se as pessoas tivessem visto esse tipo de antissemitismo vindo da direita. Se fossem os neonazistas vindo. Esse tipo de racismo vindo da Ku Klux Klan, nós teríamos respondido, teríamos reagido. Mas nós tivemos muçulmanos todos os anos nas ruas nos protestos do Dia de Al Quds (nome árabe de Jerusalém). Pedindo o genocídio do povo judeu e ninguém nunca disse nada. Ninguém nunca os impediu. Na verdade, as pessoas capitularam diante deles. Porque todos estavam com muito medo de serem chamados de islamofóbicos. E é por isso que eles foram capazes de se sentir cada vez mais e mais e mais e mais fortalecidos ao longo dos anos. Se eu pudesse parar um momento para falar sobre a palavra islamofobia por um segundo. Porque a razão pela qual esta palavra foi criada pelos islâmicos no Irã, na verdade, é porque se destinava a reprimir qualquer crítica à religião deles. Eles tentaram, durante muitos anos, na ONU, criar uma lei de cima para baixo sobre a blasfêmia. Para impedir as pessoas de criticar o Islã e nunca tiveram sucesso. Então, em vez disso, eles fizeram uma análise de baixo para cima e escolheram a palavra “islamofobia”. Parece “homofobia”, “xenofobia”… Parece com aquelas palavras progressistas de esquerda. E daí eles pensaram: “Ah, isso é uma coisa boa. Nós apoiaremos o combate à intolerância se usarmos essa palavra.” E as pessoas forem usadas ​​como idiotas úteis. Eles jogaram o jogo do regime iraniano em todo o mundo ocidental. Para reprimir qualquer crítica a essa religião.

Jasmine, aqui no Brasil, alguns políticos de esquerda provem o Hamas. Um deles é membro do Partido dos Trabalhadores, o PT. Outro é o Partido da Causa Operária, o PCO, que está claramente promovendo o Hamas nas redes sociais. Como você explica que esses políticos de esquerda promovam terroristas como os do Hamas?

É chocante que alguém possa promover um terrorista. Nós sabemos o que os terroristas fizeram. Sabemos das pessoas inocentes que eles tomaram como reféns. Sabemos das pessoas que eles mataram. Sabemos sobre os bebês. Sabemos sobre as mulheres que eles violaram. É tão chocante que alguém possa apoiar terroristas… O que é ainda mais chocante é que as pessoas acreditam nesses políticos. Concordam com eles e continuam a apoiar essas pessoas que apoiam os terroristas. Portanto, é uma situação muito terrível. É triste para a humanidade que isso esteja acontecendo. Embora à primeira vista pareça loucura. Se você olhar para trás. Isso aconteceu em todo o Oriente Médio. Começou no Irã com o regime islâmico e continuou por todo o Oriente Médio. Está acontecendo no Ocidente. É uma história que vimos repetidas vezes. Muitas vezes, a esquerda se alinha com os islamistas porque eles compartilham o mesmo ódio pelos valores ocidentais. Eles compartilham o mesmo ódio pelas liberdades e pelas democracias que nós tanto prezamos. Eles pensam que o inimigo do inimigo é amigo, então eles se alinham. Mas deixem eu contar uma história sobre o que aconteceu no Irã. Quando os comunistas e os socialistas se alinharam com o regime islâmico. Para que o regime islâmico pudesse chegar ao poder. Assim que conquistaram o poder, os islâmicos assassinaram, prenderam e sumiram com os líderes comunistas e de todos os partidos socialistas. Eles simplesmente se livraram de todos os idiotas úteis porque deixaram de ser úteis. Agora, ver essa história se repetindo indefinidamente. Para nós agora no Ocidente ver a esquerda apoiando terroristas. Não vamos nos esquecer, o Hamas foi financiado pelo Irã. Isso tudo é importante. É uma repetição da mesma história, mas eles não estão aprendendo com a história. Não entendem que o inimigo do seu inimigo não é seu amigo. Os radicais islâmicos te odeiam tanto quanto odeiam todos os outros não muçulmanos. Você não é especial, você não é diferente, eles estão apenas usando você neste momento porque querem conseguir o que desejam. Ambos (esquerdistas e islamistas) pensam que são inteligentes. Ambos pensam que estão usando um ao outro para expressar esse sentimento contra o Ocidente.

Yasmine, o título do seu livro “Sem o véu, como o Ocidente fortalece os radicais islâmicos” Quando fala no véu, você está falando da hijab, certo?. O hijab poderia ser considerado um símbolo feminista?

Ó meu Deus. Não consigo entender como isso é imposto às meninas, que escutam que elas precisam se cobrir. Porque se não fizerem isso os homens poderão estuprá-las. Não sei como isso pode ser considerado feminista. Quando se olha para a definição de culpabilização da vítima. Quando se olha para a definição de cultura do estupro. Será muito difícil encontrar exemplos do hijab em qualquer lugar do mundo. A maneira como o hijab é imposto às meninas. A maneira como as meninas são presas e mortas por causa do hijab. Não entendo como isso pode ser considerado um símbolo feminista. Isso revira o meu estômago. Parte da razão pela qual escrevi meu livro foi porque, durante a Marcha das Mulheres de 2016 em Washington. Um dos símbolos que apareciam nos seus cartazes era uma mulher com hijab. Uma mulher pegou a bandeira americana, que é símbolo quintessencial da liberdade, o usou para cobrir a própria cabeça como se fosse um hijab. Mas isso é a antítese da bandeira americana. É a antítese da liberdade. É uma grande traição. Não estamos falando de histórias do passado. Estamos falando de algo acontecendo agora. Meninas estão sendo estupradas até a morte e espancadas até a morte por causa do hijab. Elas são decapitadas por causa do hijab no Canadá. No meu país, uma garota de 16 anos foi sufocada até a morte com o hijab que ela se recusou a usar. Então, como podemos ignorar tudo isso e fingir que é um símbolo feminista. É uma grande traição ao feminismo e uma grande traição a todas estas meninas e mulheres. Que são forçadas a usar isso e a viver sob esses regimes.

Como o Ocidente fortalece os radicais islâmicos?

Isso é feito principalmente por meio do relativismo moral e do relativismo cultural. No meu livro, eu conto a história de quando eu tinha 12 anos. Eu pedi ajuda a um dos meus professores que foi à polícia, ao serviço de proteção infantil. Nós conversamos sobre todos os abusos que estavam acontecendo em minha casa. No final, o juiz me disse: “Esta é a sua cultura. Esta é a sua religião. Essa é a maneira que a sua família escolheu para discipliná-la. Não há nada que eu possa fazer por você”. Então, se uma menina é vítima de mutilação genital feminina (MGF), algo que é muito comum no país da minha mãe, que é o Egito. Se uma menina for vítima disso e nada acontecer. Então não haverá um impedimento para a família dela fazer o mesmo procedimento com as outras filhas. Mesmo que as autoridades e os médicos descubram o que aconteceu, porque as complicações são muito frequentes. Eles vão dar à família um panfleto educativo para ensiná-los: “Ei, você, não pegue uma lâmina de barbear e corte o clitóris da sua filha. Não é uma boa ideia”. Esses homens não precisam disso. Eles precisam ser colocados na prisão. Se fosse uma mãe ou um pai loiro de olhos azuis fazendo isso com sua filha. Essa pessoa estaria em uma ala psiquiátrica ou na prisão. Mas porque é sudanês ou egípcio ou o que quer que seja, então eles ignoram. Eles ignoram as atrocidades que estão acontecendo a depender da etnia ou da religião do perpetrador. Portanto, este é um dos maiores problemas. O liberalismo precisa ter algum tipo de fronteira, alguma linha vermelha, algum limite. Em que a gente pode dizer: toleramos muita coisa, mas não toleramos o abuso de crianças ou o abuso de meninas. Nós temos de traçar linhas para dizer: “Não toleramos isso”. Mas nós temos falhado, dizendo que “Ah, isso é liberdade religiosa, liberdade religiosa”. E ao falhar permitimos que as pessoas perpetuem esses abusos. Permitimos que as vítimas se acumulem. Porque não queremos atrapalhar alguém por causa de sua religião ou por causa de sua cultura. O que temos de fazer é começar a tratar todos os perpetradores de crimes de forma igual. Uma lei para todos. Independentemente da sua etnia, independentemente da sua religião. Se você está cruzando essa linha, se infringiu a lei, causou dano a outra pessoa, então você precisa sofrer as consequências. Independentemente de quem você é ou da cor da sua pele. Do outro lado, todas as crianças precisam ser protegidas, todas as meninas precisam ser protegidas. Independentemente da cor da pele ou da etnia. Nós temos este sistema de duas camadas em que, quando os muçulmanos fazem algo, nós capitulamos diante deles. E permitimos que eles continuem. Como no exemplo que eu te dei sobre os protestos do Dia de Al Quds. Eles estavam gritando frases antissemitas nas ruas todos os anos em todas as grandes cidades do Ocidente. Ninguém nunca disse nada. Tudo estava ok. Mas você nunca veria esse tipo de capitulação sendo permitida para outros grupos (nazistas) que são igualmente odiosos. E que gritam frases antissemitas nas ruas. Eles nunca permitiriam isso. Essa é uma das principais maneiras de empoderar esses radicais muçulmanos. E nós podemos ver os resultados disso. Você mesmo falou sobre manifestantes apoiando terroristas nos campi universitários em todo o Ocidente. Este é o resultado do empoderamento dos muçulmanos radicais. A tal ponto que eles se sentem tão fortalecidos a ponto de fazer essas coisas publicamente.

Texto e imagem reproduzidos do blog: otambosi blogspot com

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