Texto reproduzido do site G1 GLOBO JN, de 13 de agosto de 2024
Takashi Morita, sobrevivente da bomba atômica que atingiu Hiroshima, morre aos 100 anos
Ele era policial militar e sobreviveu à explosão que matou, instantaneamente, entre 60 mil e 80 mil pessoas. Morita se mudou para o Brasil aos 31 anos e, aos 60, se tornou ativista pela paz.
Por Jornal Nacional
Sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima morre em SP aos 100 anos
Morreu em São Paulo, aos 100 anos, o pacifista japonês Takashi Morita. Ele foi um sobrevivente da bomba atômica lançado pelos Estados Unidos sobre Hiroshima no último ano da Segunda Guerra Mundial.
Durante os últimos 40 anos, o Senhor Takashi Morita repetiu por onde foi um mesmo pedido:
"Nunca mais, neste mundo, bomba atômica”.
Foi na luta pela paz que ele encontrou a forma de lidar com o dia que mudou sua vida.
“Em Hiroshima, com 21 anos de idade, fui batizado pela bomba atômica. De repente, um grande clarão. E com o grande impacto, fui arremessado uns 10 metros. Um prédio de dois andares que estava na minha frente foi esmagado instantaneamente”, contou Takashi Morita.
Ele era policial militar e sobreviveu a uma explosão que matou, instantaneamente, entre 60 mil e 80 mil pessoas. Morita se mudou do Japão para o Brasil aos 31 anos, mas foi só aos 60 que ele se tornou um ativista pela paz. Ele fundou a Associação de Sobreviventes da Bomba Atômica e começou a percorrer o país.
"Até os seus 95 anos, nós viajávamos dando palestras em vários colégios pelo Brasil e lá fora. Então, uma grande quantidade de pessoas nos ouviu pelos quatro cantos do Brasil”, diz o professor de história André Lopes.
A filha lembra que os jovens sempre foram o alvo principal de Morita e a maior esperança dele.
"Ele falava para muitos jovens nas escolas era: 'Nós, velhos, estragamos o mundo. Vocês têm que consertar”, conta Yasuko Saito, filha Takashi Morita.
A associação chegou a ter 270 pessoas. Junko Watanabe é uma delas. E para quem também foi batizada pela bomba nuclear, as guerras de hoje tocam de uma maneira diferente.
"Dias, a guerra está começando em muitos lugares da Terra. Todo dia, notícias... Ucrânia, Palestina, Gaza... O que vamos vivendo? Crianças morrendo, né? Não pode, não pode”, diz Junko Watanabe.
E foram essas guerras que, no final da vida, deixaram uma certa frustração para Morita.
"Ele falava: 'A gente não fez o trabalho direito. Tinha que ter feito mais'. E assim foi uma tristeza que ele acabou levando, porque viu que a Ucrânia, Gaza, essas coisas assim, deixavam ele muito triste.
"Muito se faz para a guerra, né? E pouco se faz para a paz. Isso a gente tem que reverter”, afirma Yasuko Saito, filha Takashi Morita.
Texto reproduzido do site: g1 globo com/jornal-nacional
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