Publicado originalmente no site da revista Isto é Dinheiro, em 25/05/18
A semana em que o Brasil parou
Como a greve dos caminhoneiros interrompeu estradas,
prejudicou as operações de empresas de todos os portes e segmentos, e está
causando um prejuízo diário estimado em R$ 8,5 bilhões na economia
Por Carlos Eduardo Valim, Moacir Drska, Pedro Arbex
Como muitos empreendedores brasileiros, acostumados aos
desvios e incertezas econômicas do País, Leandro Pinto, 48 anos, já enfrentou
diversas crises. E, em todas elas, conseguiu encontrar uma saída para contornar
as barreiras à frente. Depois do primeiro negócio, uma fábrica de carroças, e
de acumular dívidas que o levaram à falência, ele engatou uma nova marcha e
fundou, no fim da década de 1980, o grupo Mantiqueira, que hoje ostenta o posto
de maior granja da América do Sul, além de figurar entre as doze maiores do
setor no mundo. Dona de um faturamento de cerca de R$ 500 milhões, a empresa
tem um plantel de 11 milhões de galinhas que produzem 6,5 milhões de ovos por
dia em três unidades instaladas em Itanhandu (MG), na região da Serra da
Mantiqueira, e em Primavera do Leste (MT).
Agora, no entanto, o empresário passa por um dos maiores
desafios dessa trajetória e foi obrigado a desacelerar a operação. Ou, em
algumas frentes, pará-la, colocando em risco um volume considerável de sua
produção. “Estamos com 70 caminhões bloqueados nas estradas, carregados com
25,2 milhões de ovos, e a produção nas fazendas está comprometida”, diz Pinto.
“Galinha bota ovo todo dia. Na Mantiqueira, os galpões de estoque estão lotados
e já faltam insumos para as rações da dieta dos animais”, afirma o presidente
do grupo, que ainda não consegue estimar a extensão dos prejuízos diante desse
cenário.
A situação do grupo Mantiqueira não é um reflexo de decisões
equivocadas tomadas pelo empresário. Muito menos um caso isolado. Desde a
segunda-feira passada, uma greve deflagrada por caminhoneiros bloqueou estradas
em todo o País, em uma mobilização sem precedentes contra a disparada do preço
do óleo diesel, e, literalmente, parou o Brasil. Em um ano, o preço do litro
subiu quase 20%, para R$ 3,60. Na trilha das rodovias interditadas, diversas
cadeias de suprimentos foram prejudicadas. Sem matéria-prima, fábricas
interromperam a produção.
Com a perspectiva de falta de combustível, filas
quilométricas formaram-se nos postos de gasolina. Voos foram cancelados. Frotas
de transporte público foram reduzidas. Supermercados restringiram a compra de
alimentos. Medicamentos deixaram de ser entregues. Cirurgias foram canceladas.
Os reflexos, sem distinção, atingiram desde pequenos negócios até grandes
empresas. E, na ponta, a população. “A cada dia de paralisação, nós estimamos,
preliminarmente, um prejuízo de cerca de R$ 8,5 bilhões para a economia”, diz
Luiz Castelli, economista da consultoria GO Associados.
Entre outras questões, os caminhoneiros reivindicam o
congelamento do preço do óleo diesel e a definição de uma nova regra de
reajustes do combustível. O movimento teve adesão das empresas de logística. Na
quarta-feira, a Petrobras anunciou uma redução de 10% no valor do insumo e o
congelamento temporário, nesse patamar, por um prazo de 15 dias (leia
reportagem aqui). No dia seguinte, depois de sete horas de negociação, nove das
onze entidades que representam a categoria aceitaram uma proposta formulada
pelo governo federal e anunciaram a suspensão temporária da greve, por 15 dias.
Entre os pontos atendidos, o governo assegurou a periodicidade mínima de 30
dias para os reajustes de preço do diesel e a manutenção do congelamento
anunciado pela Petrobras até o fim do ano. Em troca, a União irá compensar
financeiramente a companhia (veja mais nos quadros “Jogo de força – Os
caminhoneiros pediram…” e “…E o governo concedeu”).
Não há sinais, no entanto, de que a situação terá um
desfecho no curto prazo. Uma das peculiaridades da greve e um fator complicador
é que não existe uma liderança centralizada no movimento da categoria. Esse
cenário ficou explícito em trocas de mensagens que passaram a ser trocadas em
grupos de WhatsApp que reúnem caminhoneiros, logo após o acordo entre o governo
federal e as entidades. “Os supostos sindicatos que estão negociando não
representam os caminhoneiros que estão na rua”, disse o motorista Aguinaldo
José de Oliveira, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Na prática, as
paralisações foram mantidas, ampliando o cenário caótico em todo o País.
Como resposta, no início da tarde, o presidente Michel Temer
anunciou que acionaria as Forças Federais de Segurança (leia reportagem aqui).
“Quem age de maneira radical prejudica a população e será responsabilizado”,
afirmou Temer. Outras medidas também foram adotadas. Na cidade de São Paulo,
foi decretado, na sexta-feira, estado de emergência. A iniciativa abriu a
possibilidade de a prefeitura apreender gasolina estocada em postos privados e fazer
compras sem licitação. Segundo os sindicatos estaduais dos postos de
combustíveis, até o fim do mesmo dia, a capital paulista e outras metrópoles,
como o Rio de Janeiro, ficariam sem gasolina e diesel. Palmas, em Tocantins,
foi a primeira capital a ficar sem uma gota de combustível.
LEITE DERRAMADO Do insumo mais básico às viagens
internacionais, não faltam relatos de empresários que estão sofrendo as
consequências dessa situação surreal. Desde a quarta-feira passada, Sula
Zardin, uma pequena produtora de Chiapetta, no interior do Rio Grande do Sul,
está jogando fora toda a sua produção diária de seis mil litros de leite.
“Estou perdendo R$ 8,1 mil por dia”, afirma Sula. “Minha capacidade de
estocagem é pequena. Não tenho outra alternativa.” Produtor e exportador de
melão e melancia em Mossoró (RN), Luiz Roberto Barcelos, já contabiliza uma
semana de prejuízos.
O empresário tem 68 carretas estacionadas nas estradas, com
uma carga total de 1,5 mil toneladas de frutas estragando, avaliada em R$ 2
milhões. “Mesmo que os produtos cheguem em bom estado de conservação, estarão
atrasados, e o comprador vai cancelar a compra da semana que vem, para não ter
excesso de produtos.” Para o agricultor, que também é presidente da Abrafrutas,
a associação dos exportadores de frutas, a paralisação terá um impacto
semelhante, tanto para quem vende no mercado doméstico quanto para quem tem
clientes no exterior. “O produtor não vai conseguiu faturar nesta semana e,
depois, sofrerá um excesso de oferta, porque a dona de casa não vai comprar
frutas para compensar a produção de duas semanas”, afirma. Como o mercado
movimenta R$ 42 bilhões ao ano, a expectativa é de perdas de quase R$ 800
milhões.
Há impactos em todas as frentes do agronegócio. O
frigorífico Aurora tem 15 unidades de produção de aves e suínos paralisadas. A
medida incluiu a dispensa temporária de 28 mil trabalhadores. “O sistema de
produção no campo e na cidade ficou asfixiado e impossibilitado de operar em
face da falência de suprimentos”, afirmou a empresa em comunicado. Em apenas
dois dias de suspensão, a companhia apontou um prejuízo de mais de R$ 50
milhões em sua cadeia produtiva.
Racionamento: supermercados limitaram a quantidade de
produtos que poderiam ser comprados por cliente, como a rede francesa
Carrefour, que aplicou a medida para todas as suas lojas no País
A greve também afetou praticamente todas as fábricas e a
operação logística da JBS. “É impossível atualizar o número de unidades que
estão paralisando as atividades, porque isso muda a cada hora”, afirmou uma
fonte da empresa. A BRF, por sua vez, suspendeu as atividades em quatro
unidades de abate de frangos e suínos, nas cidades de Nova Marilândia (MT),
Dois Vizinhos (PR), Toledo (PR) e Campos Novos (SC). Segundo a Associação
Brasileira de Proteína Animal (Abpa), o prejuízo acumulado até o momento pelo
segmento de proteína animal é de R$ 1 bilhão, sendo US$ 214 milhões em
exportações de aves e suínos. A entidade também alerta para o risco de morte de
1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos nos próximos dias devido à falta de
ração.
Esse contexto assustador não impede, no entanto, que alguns
produtores apóiem o movimento. Na quinta-feira, Paulo Leonel, sócio do Grupo
Adir, de pecuária, enviou 120 kg de arroz, 60 kg de feijão, duas caixas de
tomate, duas de cebola e a carne de uma novilha para caminhoneiros que estão
acampados na G-164, rodovia na região de Mozarlândia (GO), no vale do Rio
Araguaia, conhecida como Estrada do Boi e uma das mais importantes do Estado.
“Nós apoiamos totalmente o movimento dos caminhoneiros, porque não é somente
pelo óleo diesel”, diz ele. “Também tem um componente político, de um governo
que não atende a população.” Além de Leonel, cerca de 100 produtores rurais
ajudavam os motoristas no local.
PRODUÇÃO AFETADA As más notícias se alastram em todas as
cadeias produtivas. O setor automotivo, que vinha se recuperando da derrocada
dos últimos anos, na qual o mercado brasileiro de carros foi reduzido à metade,
é um dos pontos mais críticos. Em nota divulgada na sexta-feira, Antonio
Megale, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (ANFAVEA) afirmou que, a partir deste sábado 25, nenhum veículo
será produzido no Brasil. “A greve dos caminhoneiros afetará significativamente
nossos resultados tanto para as vendas, quanto para a fabricação e exportação.
A indústria automobilística gera de impostos mais de R$ 250 milhões por dia e,
por isso, esta paralisação gerará forte impacto na arrecadação do País”, disse
o executivo. Dona das marcas Peugeot e Citröen, a PSA paralisou a sua fábrica
em Porto Real (RJ) na quarta-feira, pela falta de componentes. “Trabalhamos no
regime Just in Time, onde estoque é custo. Armazenamos apenas o que
necessitamos e como dependemos de entrega constante, a operação foi afetada”,
afirmou uma fonte da empresa.
A falta de insumos como farinha de trigo e ovo também forçou
a Maricota Alimentos a suspender as atividades de sua única fábrica, em Luz, no
interior de Minas Gerais. Cerca de 350 pessoas trabalham na linha. Fundada há
25 anos e com uma receita de R$ 128 milhões, a empresa tem um portfólio de pães
de queijo, pizzas, lasanhas e salgados, entre outros congelados, além de ser
responsável pela produção de parte das marcas próprias de grandes redes, como
Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e Walmart. “Não tenho condições nem mesmo de
estimar nosso prejuízo”, afirmou Ronaldo Evelande, diretor da companhia, que
estava desolado. Com a produção restrita, a companhia priorizou apenas os
pedidos relacionados a promoções em grandes clientes e as demandas de um
contrato da companhia na Coreia do Sul. Atualmente, 4% do faturamento da
empresa vêm do exterior. “Se a empresa não produz, não fatura. Mas as despesas
não vão mudar. Vamos ter que pagar funcionário, energia, custos fixos. É parar,
esperar e rezar.”
Com unidades de produção em Extrema (MG) e Manaus (AM), a
brasileira Multilaser, fabricante de produtos como notebooks, celulares,
tablets e câmeras de segurança, tem, por enquanto, o abastecimento de
componentes normalizado. O principal problema está na entrega dos lotes
encomendados por varejistas. “Nós expedimos, em média, duas mil notas fiscais
todos os dias. No momento, só 30% desse volume está sendo entregue”, afirmou
Renato Feder, copresidente da companhia. Com as mercadorias abarrotando os
galpões das transportadoras parceiras, o empresário estimou um prejuízo de
dezenas de milhões de reais caso a situação perdure por mais dias. “Não temos
alternativa. A cada dia, você triplica o problema.”
A ausência de opções para driblar os bloqueios nas rodovias
começa a colocar em estado de alerta segmentos extremamente críticos. A rede de
farmácias Pague Menos está encontrando dificuldades para distribuir os produtos
para as suas mais de 1,1 mil lojas. E teve que jogar no lixo alguns
medicamentos refrigerados, como a insulina. “O principal problema são os itens
que precisam ser mantidos refrigerados e que suportam no máximo uma semana
forada temperatura adequada”, afirma Deusmar Queirós, fundador e presidente do
conselho de administração da Pague Menos. Várias lojas da rede sofreram com
problemas de abastecimento, com alguns produtos faltando nas gôndolas e a
situação gerou perdas para a operação. “A dimensão das perdas ainda não sei.”
A situação dos hospitais também é preocupante. Insumos e
medicamentos começaram a faltar em alguns locais desde quinta-feira e unidades
tiveram que cancelar as cirurgias por precaução. São dois os principais
problemas: a falta de gases medicinais, como o oxigênio, e o acumulo excessivo
de lixo hospitalar. “Você consegue estocar os gases medicinais por no máximo
uma semana, e eles são usados em praticamente tudo, nas cirurgias, com os
pacientes entubados”, afirma Martha Oliveira, diretora-executiva da Associação
Nacional de Hospitais Privados (Anahp). Em Santa Catarina, ao menos cinco
hospitais privados cancelaram as cirurgias eletivas – não emergenciais – desde
quinta-feira, em uma medida de contingenciamento.
Os casos se acumulam em todo o País. O Hospital Moinhos de
Vento, no Rio Grande do Sul, está desde o início da greve com um plano de
contingenciamento instaurado. “Na quinta-feira, conseguimos o reabastecimento
total dos gases medicinais, porque nosso fornecedor conseguiu passar o
bloqueio. Mas é importante que retome a normalidade, porque nossas reservas
cada dia são menores”, diz Evandro Moraes, superintendente administrativo do
hospital. Nos supermercados, os problemas no abastecimento também têm sido uma
constante desde o início da greve.
Os consumidores, receosos com um possível desabastecimento,
lotaram as lojas, que registraram filas enormes a partir da quinta-feira. “O
que mais me preocupa são os perecíveis, pois mantemos estoques bem menores”,
afirmou Euler Fuad, presidente do Grupo Super Nosso, que controla 48
supermercados e atacarejos em Belo Horizonte. Para os perecíveis, a empresa
teve que comprar nas Centrais de Abastecimento (Ceasa), pagando preços, em
média, 20% mais caros. “A situação atrapalha toda a operação, gestão,
planejamento, tudo”, lamentou.
Redes nacionais, como o Carrefour e o Grupo Pão de Açúcar
(GPA), também sentiram os efeitos. Na quinta-feira, todas as lojas do Carrefour
no Brasil amanheceram com uma placa informando que, por conta da greve, as
compras estavam limitadas a cinco unidades de cada item. Segundo a empresa, a
medida foi preventiva e as lojas não sofreram grandes problemas de
abastecimento, em função do volume de estoques. A rede acrescentou, porém, que
estava em contato com fornecedores locais. No mesmo dia, o GPA registrou falta
de itens de hortifrúti nas lojas do Extra, Pão de Açúcar e Assaí. Os estoques
de carnes e aves, segundo comunicado da empresa, também foram impactados.
CARDÁPIO INCOMPLETO Empresários do setor de restaurantes
também se mostraram apreensivos. O presidente do Grupo Trigo, que controla as
redes Spoleto, Domino’s e Koni, Antonio Moreira Leite, disse que muitas das
lojas das três redes estavam com dificuldades sérias de abastecimento na
quinta-feira. “Tivemos que flexibilizar e permitir que os franqueados
comprassem as mercadorias localmente”, diz. A medida, segundo ele, vai gerar um
impacto nas margens de lucro dos restaurantes, uma vez que o custo para a
aquisição dos insumos dessa forma é superior ao normal.
Outra rede que passa por maus bocados é o McDonald’s. “A
paralisação provocou um desabastecimento no comércio em geral, incluindo todo o
setor de alimentação. Acompanhamos a situação de perto e fizemos o possível
para manter a operação normalizada”, informou a empresa em comunicado. Mas isso
não foi suficiente para evitar situações delicadas. Em Copacabana, a loja da
companhia ficou sem pão para vender o tradicional sanduíche Big Mac, que é
abastecido a partir de São Paulo e do Espírito Santo. Também foram registradas
faltas de itens no cardápio em Brasília e em Belo Horizonte.
Poucos setores são tão dependentes da logística quanto o
comércio eletrônico. Essa dependência pagou caro na semana passada. A
expectativa de crescimento do setor no mês de maio foi reduzido em 7,4 pontos
percentuais, pela Ebit, empresa de pesquisas desse mercado, para 13,3%, em
relação a maior de 2017. O faturamento projetado para o mês baixou R$ 280
milhões, para R$ 4,3 bilhões. “Essa situação impacta nos novos pedidos, além de
deixar muitos caminhões parados na saída dos centros de distribuição”, diz
Maurici Júnior, membro do conselho da Associação Brasileira do Comércio
Eletrônico (ABComm). “Se a greve se estende, o custo do frete sobe e impacta a
cadeia. A margem do setor é muito baixa e precisamos repassar os preços para o consumidor.”
Os aeroportos também viveram em estado de alerta, desde a
quinta-feira 24. A posição oficial da Infraero foi alertar os operadores a
avaliar os seus planejamentos de voos e definirem a melhor estratégia de
abastecimento. Na sexta-feira, acabou o querosene de aviação em, pelo menos,
dez dos aeroportos que administra. A estatal também negociou com órgãos
públicos a chegada do combustível a alguns deles. Os caminhões de combustíveis
direcionados para o aeroporto de Congonhas receberam escolta policial. Os
aeroportos internacionais de Guarulhos e do Galeão, no Rio de Janeiro, se
beneficiaram de contar com um pool de abastecimento próprio. No caso do Galeão,
o querosene de aviação vem diretamente por tubulações subterrâneas. Já os
aeroportos internacionais de Brasília e de Belo Horizonte enfrentaram
contingenciamento, desde quinta-feira. Na capital federal, foi decidido que só
poderiam pousar aeronaves com capacidade de decolar sem abastecer no terminal.
Mesmo assim, o combustível acabou no dia seguinte.
Em dois dias, dezenas de voos foram cancelados pelas
empresas aéreas Latam, Gol, Avianca e, principalmente, pela Azul. Esta última
desmarcou 29 voos em dois dias. Ela, a Avianca e a Latam permitiram a
remarcação de passagens sem nenhum custo para os passageiros, o que causou a
perda de uma de suas fontes de receita. Na manhã de sexta-feira, os presidentes
das quatro aéreas se reuniram para avaliar a situação. Juntos, contabilizaram
prejuízos operacionais de R$ 50 milhões apenas nesse dia, sem considerar perdas
de receitas e voos desmarcados. “A situação vai mudando a cada hora, e se
agravando”, disse à DINHEIRO Frederico Pedreira, CEO da Avianca. “Do ponto de
vista operacional, precisamos ser o mais criativo possível.”
A empresa estava monitorando a situação desde o começo da
semana e montou uma operação de guerra. “Temos uma sala de crise aberta desde a
quinta”, afirmou. Entre as estratégias, foi definida a mudança de rotas para
que houvesse abastecimento. Por exemplo, foi alterado um voo que começava em um
aeroporto com problemas, de Brasília, passava por Maceió, também desabastecido,
e chegava a Salvador, que estava em situação melhor. A solução foi fazer uma
parada técnica em Salvador antes de rumar a Maceió. Assim, o avião poderia
receber combustível e voltar para Brasília com o tanque cheio. A empresa ainda
cancelou 10 voos. “Isso tudo traz custos”, disse o CEO. “O impacto é
catastrófico para o setor.” Mais do que isso: foram dias catastróficos para
toda a economia brasileira.
Texto e imagens reproduzidos do site: istoedinheiro.com.br
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