Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters - reproduzida do site: exame.abril.com.br
e postada pelo blog Ideias e Lideranças, para ilustrar o presente artigo.
Texto publicado no site Infonet/blog/Ivan Valenca, em 28/05/2018
Como será o Brasil a partir de hoje?
Por Ivan Valença
Certamente em mais de seus quinhentos anos de história, o
Brasil viveu momentos tão tensos como agora. E esta semana promete ser pior. Na
Presidência da República continua o ainda desgastado Presidente Michel Temer
que parece não ser ouvido ou atendido por ninguém nem mesmo dos seus auxiliares
mais diretos. O quadro se completa com a continuidade da greve dos
caminhoneiros que atinge todo o Brasil e o desabastecimento de produtos
perecíveis, além da falta de combustíveis que para todo o setor automotivo do
país. É uma situação difícil e complicada como nunca se viu anteriormente.
Em sessenta anos de jornalismo, nunca vi nada igual ou
parecido. Nem mesmo durante os tensos dias de março de 1964, que redundaram na
ditadura militar que durou quase 25 anos. Nem mesmo em 1954, quando do suicídio
de Getúlio Vargas que trouxe a revolta popular para as portas de todos os
brasileiros mesmo aqueles que que não rezavam pela cartilha populista de
Getúlio.
Dizem que, em 1964, um governo fraco como o de Jango Goulart
permitiu que os militares entrassem sem bater no Palácio do Planalto. Pois agora
temos novamente um governo fraco e frágil, o de Michel Temer que ninguém
respeita. Ele chamou as Forças Armadas para impor respeito e ordem, mas, os
comandantes militares se recusaram a se insurgir contra os caminhoneiros
grevistas. Resultado: o fim de semana foi de tensão. O que acontecerá agora?
As cidades brasileiras – grandes e pequenas – ficaram sem
combustível ou alimentos de primeira necessidade. Uma situação nunca vista
anteriormente no País. A semana se encerrou com vários Estados anunciando medidas
para combater o desabastecimento, mas já se sabendo de entemão que tudo passa
pela conveniência dos grevistas. É o caso de se perguntar: o Brasil ainda tem
governo? Temer ainda é presidente da República (era, até domingo a noite, mas
certamente ninguém apostaria nisso depois de tantos pronunciamentos
redundantes).
Há uma crise de comando no Brasil desta segunda-feira. O
Governo do Sr. Temer praticamente acabou naquela quinta-feira. Daí em diante
ele passou a falar pelas palavras do Ministro Carlos Marun – mas todas as vezes
que Marun aparecia para discursar Temer perdia pontos. A única ordem dada que
foi atendida foi reduzir os pontos de estrangulamentos nas estradas
federais. Com um governo tão fragilizado
assim, valerá a pena esperar as eleições de outubro?
Como será o Brasil desta segunda-feira, 28 de maio? Muitas,
quase a totalidade das escolas do País, estão com aulas suspensas. Haverá o que
comprar de produtos de primeira necessidade, em todos os pontos de vendas? O
desabastecimento no domingo já parecia ser total... O greve dos caminhoneiros prosseguirá? Até
quando?
Os caminhoneiros estão recusando, até onde podem, apoio de
partidos políticos, principalmente aqueles oportunistas. O fato é que os
partidos políticos perderam o bonde da história e ele não passa duas vezes pelo
mesmo lugar. Perdeu, tá perdido... A Presidente do PT, Gleisi Hoffman, gostaria
de ver o ex-presidente Lula ao lado dos caminheiros. E pediu que uma das
reivindicações deles fosse a liberdade de Lula. Os grevistas nem levaram em
consideração. Mais um engraçadinho foi mais longe: “Vai demorar um pouco, só
mais doze anos”.
Texto reproduzido do site: infonet.com.br/blogs/ivanvalenca
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