quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Jozailto Lima ENTREVISTA Carlos Cauê


Publicado originalmente no site JLPolítica, em 10  de novembro de  2018

Carlos Cauê: “Não sou marqueteiro que acho que ganhei a eleição”

“Belivaldo Chagas tem um tirocínio político incrível”

Quando se fala em eleições em Sergipe, ele é imediatamente associado à alegria de uns e ao terror de outros. Não disputa pleito algum, mas há 30 anos põe açúcar na competição de determinadas candidaturas e soda cáustica na de outras. Erige alguns tantos ao panteão dos vencedores e leva à ruína muito mais outros.

Ele é Carlos Cauê, um quase químico, um jornalista por formação e marqueteiro político por profissão de fé. Ele nasceu no dia 15 de julho de 1961 em Maceió, Alagoas. Pelos caminhos da educação superior, há 38 anos foi convertido num sergipano empedernido, e há três décadas é uma espécie de exterminador profissional de sonhos das gentes que aspiram virar prefeito de Aracaju ou governador de Sergipe. Mas um agente do sucesso dos que chegam lá.

Nos últimos dias 7 e 28 de outubro, Carlos Cauê acabou de liquidar mais uma fatura no campo político, ao ver sagrar-se reeleito com 679.051 votos, ou 64,72% dos válidos, o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, PSD, que desde a pré-campanha “foi um produto” do marketing político liderado por ele e uma reconhecida equipe.

Mas que ninguém pense que esse Carlos Cauê, que ganha campanhas eleitorais em Sergipe desde que fez a primeira delas, a de Wellington Paixão à Prefeitura de Aracaju lá em 1988, carrega por aí, com o peito estofado dos boçais, a ostentação de um vencedor.

Ao contrário. Apesar de saber do peso do seu papel e da sua importância nessa seara, Carlos Cauê encara tudo com uma razoável humildade e está longe de passar recibo como um triunfalista raso. “Não sou marqueteiro que acho que ganhei a eleição. Quem ganha a eleição são os candidatos. Eu não estou disputando nada”, diz ele.

Para Carlos Cauê, nessas horas eleitorais é preciso ter a compreensão do trabalho braçal e sobretudo intelectual que o marketing político exige de quem se atraca com esta áspera atividade. “Eu estou trabalhando. Dando o meu melhor possível para potencializar a imagem do candidato. Para realçar suas características, para mostrar aquilo que ele tem de melhor. Para mostrar o projeto que ele tem para sociedade”, diz ele.

Carlos Cauê defende que isso, no entanto, não pode ser feito apenas com a colher dourada da boa-vontade. Do empirismo. “Eu sempre que posso, busco estudar. Eu não acredito, inclusive, em empirismo nessa área. Acho que marketing é uma técnica calcada em várias ciências. Você precisa estudar e entender essas ciências”, avisa ele.

“Estudar o comportamento do eleitor, sociologia, psicologia, antropologia. Não dá para fazer campanhas por insight. “Ah, tive um insight aqui”. Não é assim. Isso talvez tenha valido a pena lá atrás. O marketing político no Brasil é respeitadíssimo lá fora. Os profissionais daqui são exportados para fazer campanha lá fora. Por que? Porque levam a sério o trabalho”, diz.

Para Cauê, o seu principal “produto” deste ano, a figura pública de Belivaldo Chagas, foi uma mão na roda para o seu trabalho. “A melhor característica dele é ser o que ele é. É ser como ele é enquanto homem, ser humano, político. Enquanto gente. Isso é o maior cabedal dele. É o patrimônio dele”, diz Cauê.

Na comparação com outros candidatos com os quais trabalhou o marketing político, como Marcelo Déda e Jackson Barreto, Cauê aponta Belivaldo Chagas como o mais maleável. “Exatamente por ainda estar se construindo, ouviu mais, entendeu mais, se colocou de forma muito humilde. Não que ele tivesse atitude de Maria vai com as outras. Não. É um homem de opinião, que pensa, que reflete, que tem um tirocínio político incrível. Mais do que muita gente pensa e acha que tem. Mas ele se predispôs, disse assim: “Olhe, estou nessa empreitada, estou chegando agora, é a primeira vez que estou vivendo esse tipo de coisa, vou deixar””, diz Cauê.

Carlos Cauê era um menino de 19 anos quando pôs os pés em Aracaju em 1980. Não era uma ave de arribaçã, como alguns jovens do começo daquela década, e chegou para uma causa nobre: estudar Engenharia Química na Universidade Federal de Sergipe.

Trouxe da sua Maceió um invisível cartão de apresentação para os comunistas sergipanos que, como os demais do Brasil inteiro, viviam no limbo da clandestinidade - era a ditadura militar ainda que sob seus últimos suspiros, sob a batuta do general João Batista de Figueiredo.

Foi aí que Cauê conheceu Edvaldo Nogueira, Ilka Bichara, Álvaro Vilela, Cecília Tavares, José Araújo de Santana e José Carlos Pessoa – todos imbuídos em alimentar os subterrâneos da resistência do PC do B. Na UFS, Cauê foi contemporâneo de Marcelo Déda, que fazia Direito, e se envolveu na política estudantil, presidindo o Caleq - Centro Acadêmico Livre de Engenharia Química - e o DCE - Diretório Central da UFS.

O seu berço é Maceió, capital alagoana. 
Mas a capital sergipana o adotou como filho: ele foi aos prantos

No quinto período, Carlos Cauê saltou fora do curso de Engenharia Química.

O publicitário e o marqueteiro político nascem acidentalmente das sobras da campanha de 1988: pela madrugada, quando restava livre a câmera da Nossa Agência que acompanhava o candidato a prefeito Paixão, Cauê aproveitava para fazer os takes do candidato a vereador Edvaldo Nogueira, seu amigo.

Até que Wellington Paixão viu o trabalho dele e exigiu de Jorgeval Porto, dono da Nossa Agência, que aquele menino lhe acompanhasse. Assim foi feito.

Passada a campanha e Paixão eleito, Jorgeval contratou Cauê como publicitário.

Nesta entrevista, Carlos Cauê, que já foi secretário de Estado e da Prefeitura de Aracaju, fala dos seus, aqueles para quem atua politicamente, e dos do outro lado. Emite conceitos duros sobre os Valadares e diz é que um assalariado que não pode se dar ao luxo de ficar um ano sem trabalhar vivendo do que ganhou de uma campanha - que, ele, naturalmente, não revela o quanto.

Caros Cauê é irmão de mais sete, com os quais nutre uma relação muito afetiva, e é um babão de Fernanda Rabelo, a filha de 27 anos, formada em Marketing numa faculdade de Sergipe e que se casa no dia 16, a próxima sexta.

A entrevista com ele está bem mais do que recomendável. Continue...  

É um babão de Fernanda Rabelo, a filha de 27 anos

Texto e imagens reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

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