sábado, 15 de dezembro de 2018

Entrevista com Tabata Amaral

Tabata cumprimenta Barack Obama (foto de 2017)

Publicado originalmente no blog Brasil Decide, em 04/09/2018

Entrevista: Tabata Amaral

Tabata Claudia Amaral de Pontes é uma jovem de 24 anos da Vila Missionária, periferia de São Paulo, que conseguiu estudar nos Estados Unidos e é ativista por uma educação brasileira de qualidade para que todos tenham a chance que ela, uma moradora da periferia filha de um cobrador de ônibus e uma bordadeira, conseguiu.

Após estudar ciência política e astrofísica com possibilidade de morar nos EUA, Tabata preferiu retornar ao Brasil e criou o Mapa da Educação, organização social com objetivo de que a educação seja prioridade para eleitores e eleitos. Junto com outros jovens líderes de todo país criou o movimento político Acredito e resolveu sair candidata ao cargo de deputada federal por São Paulo.

Nessa entrevista que concedeu para o Brasil Decide, Tabata fala de como pretende agir se eleita para Câmara dos Deputados, não fugiu de pautas pertinentes ao parlamento se posicionando sem medo sobre assuntos espinhosos para uma candidata debutante na política partidária e eleitoral. Temas com o aborto, drogas, armas de fogo, política nas escolas, etc.

Por que escolheu o PDT para sair candidata a deputada federal?

Tenho uma grande afinidade com o partido que escolhi, que é a pauta da educação. Esta é minha maior bandeira e o que motiva o meu ativismo há muito tempo. Além disso, o PDT foi um dos poucos partidos a assinar uma carta-compromisso com o Movimento Acredito reconhecendo nossa liberdade política e de funcionamento. Isso significa muito para mim.

Qual o meio que buscará para bancar sua campanha?

Temos uma plataforma de financiamento coletivo [https://votolegal.com.br/em/tabataamaral/] para custear parte dos gastos. Outra parte virá de doações de pessoas físicas, captadas de forma transparente e legal.

Sua bandeira é a educação, como defenderá ela na Câmara?

Tenho como prioridade a reformulação do ensino médio, para que a escola permita aos jovens ter chances iguais de entrar na universidade e no mercado de trabalho, e o prepare para a vida. Além disso, é preciso garantir uma maior oferta de cursos técnicos que atendam às exigências do mercado de trabalho e garantam oportunidades de emprego. Por fim, é fundamental garantir a valorização dos professores, com um novo olhar para a profissão, valorizando a carreira através de melhor remuneração, condição de trabalho e formação para os professores. Essas são questão fundamentais, que precisam ser colocadas em pauta se quisermos avançar!

Acredito que é preciso ter vontade política para fazer andar os debates em torno da educação no Brasil. Muitos diagnósticos a respeito dos nossos principais problemas já foram feitos. O que precisa é gente com vontade de fazer. Eu tenho!

O que acha da discussão de gênero nas escolas e do “escola sem partido”?

Acredito que a escola deve ser vista como um espaço em que se fala de diversidade e respeito às diferenças, não como uma imposição, mas como uma abertura ao diálogo e ao combate à violência. Acredito que quando isso acontece, toda a sociedade sai ganhando.

Em relação ao projeto Escola Sem Partido, me posiciono contra. Não concordo com a influência partidária dentro das escolas, mas acredito que a política faz parte da nossa vida enquanto comunidade e nação. Sendo assim, não há razão para mantê-la longe das escolas e da formação das nossas crianças. Entender as atribuições de Deputados e Vereadores, aprender sobre diferentes teorias e correntes políticas, debater sobre as leis e decisões cotidianas que impactam diretamente a nossa vida deveria ser atividade cotidiana e curricular em todas as instituições educacionais do nosso país.

Qual seu posicionamento sobre aborto, posse e porte de arma de fogo, e descriminalização das drogas?

O aborto é um tema que, independente de opiniões e crenças pessoais, deve ser amplamente debatido pela sociedade, de forma transparente e democrática. Trata-se, antes de tudo, de um problema de saúde pública que coloca em risco a vida das mulheres mais vulneráveis e precisa ser tratado com muita seriedade.

Também acredito em uma nova política de drogas, em contraponto a uma guerra cara e ineficiente. O debate da descriminalização precisa acontecer. Defendo a ênfase na legislação para reabilitação do usuário e assistência social às populações vulneráveis.

Em relação ao porte de armas, me posiciono contra. Na área da segurança, acredito na reformulação da carreira policial, com ênfase na valorização e formação que garanta aumento da capacidade e na redução da letalidade.

Texto e imagem reproduzidos do blog: brasildecide.wordpress.com

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