Joênia Wapichana Foto: Reprodução Facebook
Publicado originalmente no site Pleno News Brasil, 18/12/2018
ONU: Índia brasileira ganha Prêmio de Direitos Humanos
Joênia Wapichana também é a primeira indígena a ser eleita
deputada federal
A Assembleia Geral da ONU entregou nesta terça-feira (18) o
Prêmio de Direitos Humanos das Nações Unidas à brasileira Joênia Wapichana,
primeira indígena a ser eleita deputada federal na história do país.
Em uma sessão realizada para comemorar o 70º aniversário da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, a presidente da Assembleia Geral da
ONU, María Fernanda Espinosa, destacou que os premiados têm em comum a ideia de
que um futuro melhor é possível.
– As ações importam, sempre podemos fazer a diferença –
disse Espinosa, que pediu aos defensores de direitos humanos para não baixarem
a guarda na luta por um mundo melhor.
Sobre Wapichana, integrante da tribo de mesmo nome, no norte
do Brasil, Espinosa destacou o fato de a ativista ter sido escolhida como a
primeira presidente da Comissão Nacional para a Defesa dos Direitos dos Povos
Indígenas.
INDÍGENA DEPUTADA FEDERAL
Wapichana tornou-se neste ano a primeira mulher indígena a
ser eleita para a Câmara dos Deputados. Candidata pelo estado de Roraima, a
futura parlamentar recebeu 8.491 votos nas eleições realizadas em outubro.
Em entrevista à Agência Efe, a ativista brasileira
estabeleceu como objetivo de seu mandato trabalhar na defesa da garantia dos
direitos constitucionais para conter várias propostas contrárias aos povos
indígenas em tramitação no Legislativo.
– É muito importante receber esse reconhecimento porque no
Brasil, neste momento, continuamos sofrendo um implacável ataque contra nossos
direitos e nossa herança cultural – disse Wapichana depois de ser premiada na
sede da ONU, em Nova York.
Além disso, a futura deputada pediu que a comunidade
internacional apoie os povos indígenas para que eles possam manter seus
direitos sobre as terras por eles habitadas.
O Prêmio de Direitos Humanos da ONU é concedido a cada cinco
anos desde 1963. São premiados indivíduos e organizações que contribuem para a
promoção dos artigos previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Também foram agraciadas hoje a ativista Rebeca Gyumi, que
luta pelos direitos das mulheres na Tanzânia, advogada paquistanesa Asma
Jahangir, morta em fevereiro deste ano, e a Front Line Defenders, uma
organização irlandesa que trabalha para proteger defensores de direitos
humanos.
*Com informações da Agência EFE.
Texto e imagem reproduzidos do site: pleno.news
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