sexta-feira, 7 de agosto de 2020

"Diário da Crise CXL", por Fernando Gabeira


Publicado originalmente no BLOG DO GABEIRA, em 6 de agosto de 2020

Diário da Crise CXL
Por Fernando Gabeira

Hoje foi um dia complicado. Os amigos de Belo Horizonte decidiram fazer a live com Giuliano Da Empoli usando duas plataformas e uma tradutora. Ficou meio confuso.

De qualquer maneira, passamos rapidamente em revista a ascensão dos populistas e o papel que a internet teve nesse processo, as mudanças na política, a fragmentação, as verdades paralelas de cada um.

Hoje falei rapidamente da morte de Aritana Yawalapi, um importante foz do Alto Xingu. Pude falar também na tevê sobre uma célebre festa da região, o Quarup, é uma homenagem aos mortos mas parece que originalmente era uma tentativa de reviver os mortos.

Tive a oportunidade de ver o Quarup no Xingu e lembro que Antônio Callado fez um romance usado o nome da festa como título.

Não está animador o combate contra o coronavírus. Caminhamos para a marca de 100 mil mortos no princípio da semana que vem e estou escrevendo um artigo sobre o tema.

O Ministério da Justiça desmentiu que estava fazendo dossiê contra opositores ou pessoas que se declararam antifascistas. Questionei o Ministro Andre Mendonça numa entrevista e mencionei o nome de Paulo Sérgio Pinheiro, relator da ONU, extraordinária figura na luta pelos direitos humanos no planeta.

Não havia nenhuma razão para o governo bisbilhotar a vida de Paulo Sérgio que viaja 300 horas por ano, visitando os mais dramáticos cenários de conflitos no mundo.

Estivemos juntos na formação da Comissão Teotonio Vilela. Vendo as fotos sinto saudades daquele tempo. Alguns já morreram: Antônio Cândido, Severo Gomes.

Margarida Genovois tem hoje 96 anos, é a mais velha os sobreviventes.

Texto e imagem reproduzidos do site: gabeira.com.br

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