Publicado originalmente no BLOG DO GABEIRA, em 6 de agosto
de 2020
Diário da Crise CXL
Por Fernando Gabeira
Hoje foi um dia complicado. Os amigos de Belo Horizonte
decidiram fazer a live com Giuliano Da Empoli usando duas plataformas e uma
tradutora. Ficou meio confuso.
De qualquer maneira, passamos rapidamente em revista a
ascensão dos populistas e o papel que a internet teve nesse processo, as
mudanças na política, a fragmentação, as verdades paralelas de cada um.
Hoje falei rapidamente da morte de Aritana Yawalapi, um
importante foz do Alto Xingu. Pude falar também na tevê sobre uma célebre festa
da região, o Quarup, é uma homenagem aos mortos mas parece que originalmente
era uma tentativa de reviver os mortos.
Tive a oportunidade de ver o Quarup no Xingu e lembro que
Antônio Callado fez um romance usado o nome da festa como título.
Não está animador o combate contra o coronavírus. Caminhamos
para a marca de 100 mil mortos no princípio da semana que vem e estou escrevendo
um artigo sobre o tema.
O Ministério da Justiça desmentiu que estava fazendo dossiê
contra opositores ou pessoas que se declararam antifascistas. Questionei o
Ministro Andre Mendonça numa entrevista e mencionei o nome de Paulo Sérgio
Pinheiro, relator da ONU, extraordinária figura na luta pelos direitos humanos
no planeta.
Não havia nenhuma razão para o governo bisbilhotar a vida de
Paulo Sérgio que viaja 300 horas por ano, visitando os mais dramáticos cenários
de conflitos no mundo.
Estivemos juntos na formação da Comissão Teotonio Vilela.
Vendo as fotos sinto saudades daquele tempo. Alguns já morreram: Antônio
Cândido, Severo Gomes.
Margarida Genovois tem hoje 96 anos, é a mais velha os
sobreviventes.
Texto e imagem reproduzidos do site: gabeira.com.br
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