Publicação compartilhada do site do Portal INFONET, em 12 de
março de 2021
Bolsonaro X Lula. A necessária alternativa para o caos
Compartilhado do blog de Cláudio Nunes no site da Infonet
Para reflexão o texto de Antônio Carlos Pereira, diretor de
opinião do Estadão. O blog assina embaixo.
Para enfrentar Lula e Bolsonaro, as lideranças precisam se
organizar para construir, já, uma candidatura capaz de sensibilizar o
eleitorado.
Lula da Silva e Jair Bolsonaro nunca desceram do palanque. O
petista, nem quando esteve preso; o presidente, nem diante de uma pilha de
mortos. Logo, os dois saem em considerável vantagem na disputa eleitoral de
2022, cuja campanha, totalmente fora de hora, começou no exato instante em que
saiu o resultado da eleição de 2018.
Para enfrentá-los – e evitar que o País tenha que encarar no
mínimo mais quatro anos de pesadelo –, as lideranças políticas, sociais e
empresariais interessadas na democracia precisam urgentemente se organizar para
construir, já, uma candidatura capaz de sensibilizar o eleitorado, em especial
a parte – seguramente majoritária – que está farta da briga de rua em que se
transformou a política brasileira nos últimos tempos.
Esse objetivo, que nada tem de trivial, implica
necessariamente que as forças do centro democrático sejam capazes de deixar as
vaidades de lado e costurar uma candidatura única. No atual cenário, quando há
quatro ou cinco possíveis candidatos desse campo para disputar uma eleição, é
porque não há nenhum.
Algo, contudo, parece ter se movido, especialmente depois
que, por uma espantosa decisão judicial, o chefão petista Lula da Silva
recuperou seus direitos políticos e deve ser candidato em 2022.
Em entrevista ao Estado, o governador de São Paulo, João
Doria, que trabalha há tempos para se candidatar à Presidência pelo PSDB, disse
que “nada deve ser excluído”, ao ser questionado sobre a possibilidade de seu
partido apoiar um candidato de outra legenda. “Uma aliança pelo Brasil não pode
estabelecer prerrogativas de nomes”, declarou Doria. Para o governador, “o
fracionamento (de candidaturas de centro) só atenderá ao interesse dos
extremos”, e o centro precisa de “juízo” – isto é, de “capacidade de dialogar,
formular um programa econômico e social para o Brasil e escolher um candidato
que seja competitivo para disputar a eleição e, ao vencer, governar a Nação”.
Outro político que já manifestou desejo de ser candidato, o
ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, do DEM, foi na mesma linha do
governador paulista quando disse ao jornal Valor que acredita na possibilidade
de que seja encontrado ainda neste ano “o nome de quem vai levar a mensagem
diferente das de Lula e de Bolsonaro”. Para Mandetta, agora é a hora de construir
uma candidatura centrista “moderada” e “convergente”.
É evidente que Mandetta, como Doria e outros, pretende ser o
cabeça de chapa dessa candidatura “convergente”, e é legítimo que acalente o
projeto. Todos os que se julgam capazes de tirar o Brasil da rota do desastre,
por meio de políticas públicas racionais e competentes, emanadas de um governo
que respeite as liberdades e as instituições, devem se apresentar para a tarefa
publicamente, o mais rápido possível.
Só assim será possível começar a discutir a sério quem,
desses diversos postulantes, será o catalisador dos anseios dos brasileiros
ajuizados, para construir uma candidatura capaz de emocionar os eleitores
cansados tanto da corrupção antipolítica de Lula como da loucura antipolítica
de Bolsonaro.
Aos que, como o apresentador Luciano Huck, vacilam diante da
pugna eleitoral – que deverá ser especialmente feroz numa disputa que envolverá
dois veteranos da desfaçatez e da truculência, Lula e Bolsonaro –, resta rogar
que anunciem sem demora sua decisão, dizendo em voz alta o que pretendem para o
País e preparando o estômago para, se for o caso, enfrentar o vale-tudo dos
palanques.
O fato é que, a despeito das perspectivas sombrias, o País
tem salvação – não obviamente pelo messianismo dos populistas autoritários e
oportunistas que atormentam o Brasil há tempos, mas pelo respeito à lei, à
coisa pública e à racionalidade econômica. Seja quem for o candidato designado
para enfrentar os arruaceiros da democracia, deve ser um que aposte no Brasil
ordeiro e pacífico, capaz de ser o País civilizado e desenvolvido com o qual
sempre sonhamos.
Texto reproduzido do site: infonet.com.br/blogs
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