segunda-feira, 17 de junho de 2024

Ministro emérito do STF Carlos Britto considera fake news uma “calhordice”

Entrevista compartilhada do site RO ACONTECE, de 16 de junho de 2024  

Ministro emérito do STF Carlos Britto considera fake news uma “calhordice”

Por Rita Oliveira

Em entrevista ao RO Acontece o ministro emérito do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, fala do momento político no país, da corrupção, impunidade e fake news.

Confira a entrevista:

Como ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal como o senhor está acompanhando a política no país?

É um momento de tensionamento, por efeito do último quadriênio, do governo do último quadriênio, do governo anterior. O país ficou muito tensionado, muito estressado, muito dividido. Agora é administrar essa crise que resultou desse divisionismo praticamente democraticida e voltar para o eixo da Constituição, que é a lei das leis, a lei de todas as leis, e que fez da democracia o princípio dos princípios. O único princípio continente na Constituição é o da democracia. Então é agora seguir na trilha luminosa dessa Constituição que faz do Brasil um país juridicamente primeiro mundista.

Quais os desafios de uma gestão democrática?

O modo mais prático, direto, legítimo de servir o povo, é bater continência para a Constituição, que é a lei das leis do país. Então, se a administração implementar esses conteúdos da democracia, estará realizando uma administração democrática. O povo existe para servir a população, para servir o povo. Não é o povo servindo a administração, é a administração servindo ao povo. E o melhor modo,  mais prático, direto, legítimo de servir o povo, é bater em continência para a Constituição, que é a lei das leis do país. A democracia é o princípio dos princípios da Constituição, o único princípio continente que envolve tudo. Todos os outros princípios são conteúdos. Então, se a administração implementa esses conteúdos da democracia, estará realizando uma administração democrática.

Que conteúdos são esses?

A emissão de tudo e qualquer preconceito, preservação do meio ambiente, curtamento de distâncias sociais, honestidade e evitar a corrupção. Basta bater em continência para a Constituição, que é a lei das leis.

O senhor acha que o Brasil é o país da corrupção?

Não, não é bem assim. Agora nós temos esse gravíssimo defeito, temos defeitos de fabricação colonial, gravíssimos. Um deles é corrupção.

Como o senhor ver os muitos casos de impunidade no país por corrupção?

Também é preciso combater, por isso que o poder judiciário mais e mais se assume como independente politicamente e autônomo tecnicamente. E o Supremo Tribunal Federal tem dado mostras de combater, com eficácia, esses defeitos de fabricação colonial a partir da corrupção.

E nesse momento de fake news, como é que o senhor vê essa prática?

Olha, fake news é uma cretinice, é uma calhordice, é falta de caráter. Agora é um desafio como combater essas notícias falsas, intencionalmente tencionadoras e estressantes do país. Vamos ver, talvez o combate eficaz às fake news seja um dos maiores desafios da modernidade.

Texto e imagem reproduzidos do site: roacontece com br

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