Publicado originalmente no site Mídia Independente, em 24 de julho de 2006
Consciência Política
Por Rafael da Fonseca Reis Pereira
Texto sobre Consciência política.
A melhor forma de melhorar
um Brasil com uma grande ignorância política.
Muitas pessoas imaginam que a política não tem nada a ver
com a vida pessoal. É, infelizmente, comum muitas delas afirmarem que não se
interessam por política, e, em casos não muito extremos, alguns chegam a dizer
que não querem saber de política.
Porém, a cada dois anos, todos os brasileiros são convocados
a votar. Quando acontecem eleições, todo brasileiro maior de 18 anos e que
ainda não atingiu 70 anos, tem obrigação de votar. Quem tiver entre 16 e 18
anos ou tiver 70 anos ou mais pode votar se quiser, mas não está obrigado. O
voto também é facultativo ao analfabeto.
Nesses períodos, a política, ou melhor, os candidatos e seus
partidos invadem a vida de todo mundo, pela televisão, pelos jornais, nos
outdoors, nas ruas, faixas e, por que não, bicicletas com alto-falantes. Quando
é tempo de eleição, os temas políticos aparecem nas conversas, nas discussões
sobre os candidatos, nas piadas, nos debates pela televisão, nos telejornais, e
até mesmo em discussões nas escolas.
Fora de época das eleições, a preocupação com os temas
políticos diminui muito de importância. Pelo menos já não ocupa o centro das
atenções e, por decorrência, as matérias de jornais, revistas e da televisão.
Mas e a política, também se torna menos importante?
É claro que não. Na verdade, a política interfere em nossas
vidas todos os dias. Por vezes, é fácil perceber. Outras vezes, nem tanto.
Assim, de forma clara ou de forma menos aparente, todas as leis e medidas,
tomadas por aqueles que foram legitimamente eleitos, interferem direta ou
indiretamente em nossa vida. Os impostos que pagamos, o trânsito, a vida
escolar, a vida profissional, os laços familiares... tudo é regido pelas leis e
pelas decisões daqueles que governam. Por isso é importante termos consciência
política.
Quando falo de consciência política significa que não
devemos votar por impulso, ou porque disseram que tal candidato é melhor, ou
porque votamos no candidato mais forte para não ?perdermos? o nosso voto.
Termos consciência política significa que devemos escolher atentamente o
candidato que quisermos eleger para votarmos certo, e, para escolhermos bem,
depende de se observar diversos aspectos, como analisar as propostas concretas
de um partido ou candidato e as informações que aparecem nos programas dos
partidos. Devemos avaliar cada candidato, que setor ele mais representa,
entender quais tarefas ele vai ter de cumprir no cargo para qual está se
candidatando e procurar saber se ele está preparado para fazer isso.
Quando falo de consciência política significa que precisamos
participar o tempo todo, isto é, acompanhar acontecimentos, informar-se,
debater, aprender, compreender e, é claro, manifestar-se e ouvir as pessoas.
Também não podemos votar por vantagens pessoais, fazendo com
que os interesses de um indivíduo se sobressaiam aos interesses do Estado. Como
Shakespeare faz com Ângelo, em Medida por Medida, pronuncie as seguintes
palavras: ?Uma coisa é ser tentado e outra coisa é cair na tentação?. Se
votarmos pensando apenas em vantagens pessoais todos os outros perderão, mas se
votarmos pensando num todo, a sociedade inteira ganhará. Devemos excluir esses
políticos que nos oferecem de tudo por um voto. Esses são os ?maus políticos?,
se é que podem ser chamados de políticos.
O que não podemos pensar é que ?todo político é igual? ou
?não adianta votar porque todo mundo rouba mesmo?, pois existem candidatos
sérios, honestos e com propostas viáveis para a melhoria de qualidade de vida
da população e para o desenvolvimento da cidade, do estado e do País.
Ao eleitor cabe usar seu poder de análise e avaliação,
utilizando seu voto, que é a sua ferramenta, para ajudar a mudar o Brasil.
Por isso digo que, se todos tivermos consciência
política, o Brasil só tem a ganhar.
Texto reproduzido do site: midiaindependente.org
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