segunda-feira, 26 de março de 2018

Qual a importância de se interessar por política?

Imagem reproduzida do site: vozdascomunidades

Trechos publicado do site Politize,  em 2 de agosto de 2016.

Qual a importância de se interessar por política? 

Nota: texto publicado no portal Papo de Homem...

As eleições... batem à porta e nós preparamos um percurso de educação política em parceria com o Politize! para ninguém cair de paraquedas na frente das urnas.

Qual a importância de se interessar por política – e de entender pelo menos o básico sobre o assunto? Confesso que relutei a começar a escrever sobre esse tema, afinal dizer que política é importante é chover no molhado.

Por exemplo: você já deve ter ouvido que o homem é um animal político – conceito de Aristóteles. Fazemos política a todo momento, afinal precisamos tomar decisões que afetam a coletividade a toda hora.

Muito provavelmente você também já ouviu a famosa frase de Arnold Toynbee (ou alguma versão dela):

“O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam.” (Arnold Toynbee)

Não se interessar por política significa deixar que outras pessoas, muitas vezes mal intencionadas, tomem decisões por você.

Coisa parecida disse Bertolt Brecht:

“[…] que continuemos a nos omitir da política. É tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem”. (Berltod Brecht)

Mas essas coisas você já sabe, não é mesmo?

Também é muito provável que você já saiba que a política no Brasil (pelo menos a política institucional, aquela dos políticos engravatados) decepciona muito. A máquina pública, que deveria servir ao povo, é cooptada diariamente por interesses escusos, incompatíveis com o bem-estar da população. Os políticos brasileiros servem sobretudo aos seus financiadores, normalmente grandes empresas privadas, interessadas em expandir lucros. Sobra pouco tempo para os eleitores.

Mas isso também não é nada de novo. Correto?

Por que não superamos a letargia?
Com todo nosso conhecimento, por que não fazemos diferente? Por que não superamos a fase da indignação e passamos à prática?

A maioria de nós – eu incluso – não consegue traduzir seu descontentamento com o atual estado das coisas em ações práticas que mudem essa história de alguma forma. Aceitamos as coisas como são e ficamos anestesiados frente às inúmeras denúncias de corrupção e aos desmandos de nossos representantes.

O fato é que temos ainda uma democracia muito imatura no Brasil, com baixo envolvimento da população e uma frágil cultura política. Isso é atestado por estudo da Economist Intelligence Unit, que todos os anos elabora o Índice da Democracia. Em sua edição mais recente, o estudo coloca o Brasil como a 51ª democracia de melhor qualidade no mundo, em um grupo de 167 países. Estamos no grupo de “flawed democracies” (democracias falhas, em tradução livre), de acordo com a classificação dos autores da pesquisa.

À nossa frente estão países desenvolvidos e de longa tradição democrática, mas também vizinhos nossos, como o Chile e o Uruguai, que assim como nós passaram por ditaduras brutais no século passado.

Por que a maioria não se interessa por política?
Para entender por que a passividade em relação à política é tão grande no Brasil, temos de investigar os motivos que levam as pessoas a adotar essa postura. Podemos entender o fenômeno de muitas formas.

Sentimento de impotência/descrença: as pessoas não acham que existem meios de agir na política e promover mudanças. Além disso, muitos não enxergam o potencial de transformação social que a política possui.

Desinteresse: há um desinteresse em se aprofundar em política, que se altera apenas em eventos de grande relevância nacional (vide impeachment).

De fato, informar-se constantemente, ler artigos, teses e livros sobre política dá muito trabalho. Muitas vezes é difícil encontrar dados confiáveis sobre um assunto e as fontes encontradas simplesmente não se esforçam em transmitir as informações de forma inteligível ou minimamente imparcial.

E além de tudo, qual o benefício de se empenhar tanto em aprender sobre política? É difícil encontrar respostas convincentes.

Inação: o desinteresse de uns leva à inatividade de outros, que mesmo interessados em política, se veem perdidos e não sabem por onde começar. O que é preciso saber? Quanto preciso estudar? Que grupos/organizações/partidos devo frequentar? Faltam exemplos concretos de ação política na vida da maioria das pessoas.

O primeiro passo para mudar é entender
Tudo precisa começar de algum lugar. Pode ser que a ideia de engajamento político remeta a coisas como se filiar a um partido ou associação, frequentar assembleias e reuniões, fazer protestos, discursar, bater boca, entre outras atividades pouco confortáveis.

Mas por que não começar pelo básico, como aprender mais sobre o sistema político no Brasil? Coisas como o sistema proporcional em lista aberta, o modo como se financiam as campanhas eleitorais, e o processo para que um candidato consiga ter a chance de concorrer a um cargo eletivo?

Explicar essas coisas – muitas vezes chatas e com muitas informações desencontradas na internet – de uma maneira mais simples, descomplicada e interativa é a missão do Politize! Somos um portal de educação política sem vinculações político-partidárias, com o objetivo maior de ajudar você a conhecer mais sobre a política – e consequentemente formar seus próprios pontos de vista.

Acreditamos que buscar informação e criar gosto pela política é aquele primeiro passo que falta para você se tornar um cidadão mais consciente e engajado...

Trecho de artigo reproduzido do site: politize.com.br

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