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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Derrota das oposições de Sergipe em 2018 aumenta peso histórico de João

João Alves Filho: ninguém lhe pode negar a liderança consistente

Publicado originalmente no site JLPolítica, em 27 de novembro de 2018

Derrota das oposições de Sergipe em 2018 aumenta peso histórico de João

Por Jozailto Lima

A última eleição de Sergipe, no plano do Governo do Estado, deixou um desastroso resultado para a autoimagem, para autoestima, das “novas oposições” do lugar. Os 308.889 votos botados de frente por Belivado Chagas, PSD, no segundo turno sobre Valadares Filho, PSB, foram de uma crueldade perversa contra o casco dos oposicionistas, algo só visto nas primeiras eleições de João Alves Filho ao Governo.

Essa diferença de Belivaldo sobre Valadares Filho equivale a 64,72% contra 35,28%. É algo que só vai encontrar paridade, ou parentesco, lá na eleição de 1982, quando João Alves, de peito inflado pelo PDS da ditadura militar e apadrinhado de Augusto Franco, emplaca 76,12% dos votos válidos - 256.385 – contra 23,15% do médico-senador Gilvan Rocha, que obteve 77.965 dos válidos.

O Negão vai retomar o Governo em 1990, já pelo PFL, com proporções quase idênticas às de 1982: 73,74% dos votos válidos - 364.819 - contra 25,07% de um imberbe Zé Eduardo Dutra, PT, que obteve 124.050. João e Zé vão se reencontrar em 2002 e de novo Zé, já senador, cai por terra, só que desta vez mais resistentemente, com 55% a 45% e já num segundo turno.

A importância de João Alves como uma espécie de esteio forte da oposição em que se converteu a partir de 2006 – ou de 1998, quando perde para Albano Franco - foi sacramentada no segundo turno deste ano de 2018. Os 35,28% a que se reduziram as oposições sergipanas no segundo turno com o desempenho de Belivaldo e das circunstâncias a que elas chegaram exigem um reconhecimento maior de João Alves como uma força política.

Em 2006, João tomba perante um Marcelo Déda emergente, prefeito de Aracaju, compadre de um Lula presidente forte, mas quase que cai de pé: Déda obteve apenas 52,46% dos votos válidos - 524.826 – contra 45,02%, ou 450.405 dele. A diferença pro petista foi de apenas 74.421 - nada parecido com os 308.889 de agora.

O Negão segue na oposição com apenas quatro deputados estaduais - Venâncio Fonseca, Augusto Bezerra, Antônio Passos e Arnaldo Bispo -, uma senadora - a esposa Maria do Carmo -, dois deputados federais - José Carlos Machado e Mendonça Prado -, e em 2010 Déda se reelege perante ele com quase as mesmas proporções: 52,08% - 537.223 votos - contra 45,19% - ou 466.219 votos.

Mas aqui, há um detalhe importantíssimo: ao lado de Déda, estavam os Amorim, os Valadares, Jackson Barreto, Rogério Carvalho, Heleno Silva, Albano Franco e mais outros cinco candidatos ao Governo suprimiam a votação do Negão. E João, sozinho, no muque. Derrotado em 2010, João ainda consegue força para se eleger prefeito em 2012.

A configuração do valor de João Alves enquanto liderança de oposição - construído a partir do seu eixo de governismo tantas vezes -, vai se firmar mais a partir de 2014, quando ele sai de cena. Ali, Jackson Barreto emplaca a primeira de Governo derrota sobre Eduardo Amorim, com 122.148 votos de frente – 537.793 votos contra 415.645.

Note-se que apesar de JB ter conseguido a mesmíssima votação de Déda de quatro anos antes - 537 mil -, a vantagem dele sobre Eduardo (que tem 415 mil votos) é maior do que a que Déda obtivera contra João – 537 mil contra 466 mil. Bem, olhando para a performance de Belivaldo e da atual oposição em 2018, é obvio dizer que “agora Inês é morta” e a obra está pronta.

A lição que fica, nesta linha de obviedade, é de que houve um erro na separação entre os Valadares, Eduardo Amorim e André Moura - sem que se jogue aqui a culpa unilateralmente em qualquer um deles. Mas não custa lembrar que o mais experimentado de todos - o senador Valadares - nunca foi muita longe fora das molduras políticas coletivas.

Nesta linha de reminiscência do passado, é bom ressaltar que em 1986, única vez em que Valadares se fez govenador, ele era pupilo de João Alves - de quem era o vice - e ainda contou com o apoio de Jackson Barreto no enfrentamento a José Carlos Teixeira, MDB, de quem ganhou por apenas 52.118 votos de frente - 292.339 (53%), contra 240.221 (43,55%).

Mas que Belivaldo Chagas também não se espapace sobre os seus 679.051 votos (ou os 64,72%), porque muito dali pode vir exatamente dos erros dos outros e não somente dos acertos dele e do seu grupo.

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Esquecido por muitos, lembrado por poucos, João Alves fez história em Sergipe!


Publicado originalmente no site Alô News, em 14/11/2018

Esquecido por muitos, lembrado por poucos, João Alves fez história em Sergipe!

Por Habacuque Villacorte (Quorum)

Olhando o cenário político atual do Estado, de uma forma ampla, logo é sentida a ausência de uma das principais lideranças de Sergipe: o ex-governador João Alves Filho (DEM). Enfrentando um problema de saúde no momento, e já com a idade avançada, não é exagero dizer que o “tempo” aposentou o “Negão” da vida pública. E não há como negar que ele faz e fará muita falta para os sergipanos de uma forma geral, tanto para seus eleitores quanto para seus adversários.

João Alves sempre foi muito combativo na defesa dos interesses de Sergipe e da região Nordeste. Ganhou destaque nacional como Ministro do Interior, passou a ser respeitado por grandes lideranças políticas, tinha prestígio como um dos principais “caciques” do antigo PFL (hoje Democratas) e conquistou o respeito de muitos outros quando encampou, praticamente sozinho, uma luta contra a transposição de parte das águas do rio São Francisco para o Nordeste Setentrional. Bateu de frente contra o “democrata” e então ministro Ciro Gomes.

Estudioso, João conheceu de perto experiências de “seca” em outras partes do Mundo e alertou com todas as suas forças sobre o risco que seria a transposição para a sobrevivência do “Velho Chico”, que hoje clama por uma revitalização real. Muito criticado pelos adversários, foi perseguido duramente pelo ex-presidente Lula (PT), chegando a ter seu governo em Sergipe “boicotado” em recursos federais. Conseguiu um “feito” para poucos: trancou a pauta de votação do Congresso Nacional. Câmara e Senado pararam em defesa de João e do seu Estado.

Por mais problemática e traumática que tenha sido sua mais recente gestão a frente da Prefeitura de Aracaju, João Alves ainda assim tem o respeito e a gratidão de alguns sergipanos. Pela importância que teve para o Estado, diga-se de passagem, merecia um reconhecimento bem maior. Mas mesmo nos momentos difíceis de sua trajetória, sempre contou com poucos, mas fieis amigos, e sempre carregou consigo um sentimento invejado por muita gente: destemido, enfrentava um exército sozinho, se necessário!
  
João Alves Filho jamais “fugiu da raia”! Era um líder político! Horas seguido por uma multidão, horas acompanhado apenas por seus liderados. Foi feliz em algumas “batalhas”; em outras, nem tanto! Enfrentou Albano Franco com o governo nas mãos, foi derrotado; quatro anos depois, deu a volta por cima; em 2006 foi amplamente derrotado por Marcelo Déda (in memoriam). Na eleição seguinte, em 2010, mesmo com todas as forças políticas juntas e boa parte da imprensa trabalhando contra, perdeu “em pé”, por apenas 70 mil votos, surpreendendo na Grande Aracaju.

Quando ninguém acreditava mais, voltou a ser prefeito e, mesmo sob fortes apelos da família, em 2016, sob forte rejeição, foi para o “sacrifício”, para satisfazer aos seus últimos amigos, como líder, elegendo alguns, mas recebendo nas urnas sua mais dolorosa derrota. Hoje o “velho João” foi esquecido pela maioria, por gente que lhe deve muito. A própria família lhe afastou do povo. Argumenta que o preserva. Quis o destino que ele esquecesse muitas coisas. Poderia amargar duras lembranças e a dor da ingratidão. Felizmente há ainda quem o reconheça. Pobre política de Sergipe, que hoje vive na “pequenez do ódio”; o “velho João” jamais contemplaria o ócio...

 Texto e imagem reproduzidos do site: alonews.com.br