Artigo publicado originalmente no blog Cláudio Nunes, no site INFONET, em 29/11/2024
Bolsonarismo e Seus Pilares: Desinformação, Subversão da Democracia…
Nos últimos anos, o bolsonarismo consolidou-se como um movimento político peculiar no Brasil, apoiado em quatro pilares interligados: a desinformação, a instrumentalização religiosa, a subversão da ordem democrática e um patriotismo que mascara intenções autoritárias. A narrativa, centrada na figura do ex-presidente Jair Bolsonaro, gerou temores entre seus apoiadores sobre o futuro do país caso Luiz Inácio Lula da Silva retornasse ao poder. No entanto, um ano após a posse de Lula, os temores propagados não se confirmaram, expondo contradições no discurso bolsonarista.
A estratégia da desinformação
Desde as eleições de 2018, o bolsonarismo utiliza a desinformação como ferramenta central para consolidar apoio. Campanhas difamatórias e fake news espalharam a ideia de que Lula, se eleito, “acabaria com a educação, destruiria a economia, fecharia igrejas e desmantelaria as Forças Armadas”. A realidade, porém, aponta na direção oposta. A educação foi reforçada com programas de inclusão e aumento de verbas para universidades públicas. A economia apresenta sinais de recuperação com controle da inflação e aumento do investimento estrangeiro. E, ao contrário do discurso alarmista, Lula reafirmou a laicidade do Estado sem interferir no funcionamento de igrejas ou Forças Armadas.
Religiosidade política como arma
Outro pilar do bolsonarismo é o uso da fé religiosa como elemento político. O discurso de “defesa da família e dos valores cristãos” tem sido usado para mobilizar fiéis, mas também para deslegitimar adversários políticos. Com Lula na presidência, o direito à liberdade religiosa permaneceu intacto, evidenciando que o alarmismo bolsonarista não passava de manipulação para fins eleitorais.
Subversão da ordem democrática
Paradoxalmente, o bolsonarismo acusa seus opositores de autoritarismo enquanto promove ataques diretos à democracia. Os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 são o exemplo mais contundente dessa contradição. Revestidos de um discurso de “patriotismo”, os manifestantes tentaram desestabilizar o governo democraticamente eleito. O bolsonarismo, assim, não busca fortalecer a democracia, mas subvertê-la em prol de um projeto de poder.
Caos e desordem como combustível
O bolsonarismo não sobrevive em cenários de estabilidade; ele se alimenta do caos, da desordem e de narrativas apocalípticas. Seus seguidores mais fanáticos são capazes de tudo: desde arquitetar um golpe de Estado até bater continência para um pneu em frente a quartéis, esperando por uma “intervenção divina”. Enquanto a democracia exige debates e acordos, o bolsonarismo prefere promover confusão e cenas tragicômicas que beiram o surrealismo político. É como se estivessem protagonizando uma versão brasileira de uma comédia de erros, mas com graves consequências para o país.
O “patriotismo” que ameaça a liberdade
O patriotismo, no discurso bolsonarista, tornou-se uma bandeira para justificar atos antidemocráticos. Sob o pretexto de defender a “liberdade”, o movimento tenta camuflar sua verdadeira intenção: minar as instituições democráticas em nome de um governo autoritário. Ao longo do primeiro ano de governo Lula, ficou evidente que a liberdade de expressão e os direitos individuais continuam preservados. O bolsonarismo, porém, insiste em atacar o sistema democrático, promovendo uma liberdade que, na prática, visa destruir o próprio conceito de democracia.
Conclusão: A democracia sob ataque camuflado
O retorno de Lula ao poder desmistificou o discurso bolsonarista. A educação, a economia, as igrejas e as Forças Armadas não foram destruídas. Pelo contrário, o governo reforçou pilares institucionais e buscou reconstruir um país fragmentado. O verdadeiro objetivo do bolsonarismo, ao se autoproclamar defensor da liberdade, é eliminar as bases democráticas que garantem a liberdade de todos.
Enquanto o bolsonarismo continuar apoiando-se na desinformação, instrumentalizando a religião e promovendo a subversão da ordem, será essencial que o debate público esteja ancorado em fatos e na proteção dos valores democráticos. A verdadeira liberdade só existe onde há respeito às diferenças e às instituições que garantem a pluralidade e o Estado de Direito.
Texto e imaagem reproduzidos do site: infonet com br/blogs/claudio-nunes
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