quinta-feira, 19 de junho de 2025

Irã: o que esperar de um regime que põe crianças carregando mísseis?

Artigo compartilhado do BLOG DO ORLANDO TAMBOSI, de 19 de junho de 2025

Irã: o que esperar de um regime que põe crianças carregando mísseis?

Se Donald Trump entrar na guerra, como dizem múltiplos vazamentos, tem que ser mais efetivo ainda do que Israel contra inimigo de instinto suicida. Vilma Gryzinski:

Meninas de dez, doze anos, já embrulhadas na cobertura que deixa apenas o rosto de fora, antecipando o que as espera pelo resto da vida, carregam maquetes de mísseis e de caixões com a bandeira de Israel. É uma cena chocante do passado recente que mostra o nível de fanatismo que é a doutrina oficial do regime iraniano – e como os Estados Unidos têm que agir de forma contundente se realmente for tomada a decisão de entrar no conflito para desmantelar o programa nuclear bélico dos aiatolás.

Diplomaticamente, não se avistam saídas e as declarações agressivas do líder supremo, título oficial do aiatolá Ali Khamenei, prometendo “consequências irreparáveis” aos interesses americanos, só confirmaram isso.

Trump está mantendo a doutrina da ambiguidade, também conhecida como tática do cachorro louco, como ao dizer que “ninguém sabe o que eu vou fazer, mas garanto que o Irã está encrencado”. Segundo múltiplas fontes, a decisão já está tomada e já foi comunicada ao comando militar.

Todo mundo já antecipa o que será – e as movimentações militares confirmam. A transferência para bases próximas do Irã de seis bombardeiros B-2, o avião em forma de morcego, prognostica a destruição das instalações nucleares no fundo de uma montanha em Fordo com a bomba de 13,6 toneladas que só ele transporta. O avião foi projetado para enganar radares, mas nem precisa disso. Israel já detonou as defesas antiaéreas do Irã e não perdeu uma única aeronave em seis dias.

‘TRABALHO MANUAL’

As plataformas de lançamento de mísseis, o único sistema bélico iraniano em operação, na falta do que fazer para as tropas terrestres, estão sendo progressivamente bombardeadas, o que diminui o risco para a população civil israelense e para as bases americanas em países vizinhos, como o Iraque, apesar de choques como o ataque de hoje contra um dos mais conhecidos hospitais israelenses, o Soroka, com dezenas de feridos.

Seria inteligente para o Irã provocar os Estados Unidos com um ataque desse tipo? Claro que não. Além disso, dariam a desculpa necessária, sem a qual os Estados Unidos agirão com poucos aliados e nenhum aval internacional, ao contrário do que fizeram os dois presidentes Bush, pai e filho, que procuraram o consenso da ONU ou de países importantes para, no primeiro caso, tirar o Iraque do Kuwait, e no, segundo tirar Saddam Hussein do Iraque.

Mas pessoas inteligentes são ofuscadas pelo fanatismo. Líderes militares e civis sabem perfeitamente as consequências de um ataque a bases americanas. Ou então vão pagar o preço pela falta de visão. Já se enganaram em relação a Israel e demonstraram uma vulnerabilidade enorme, sofrendo golpes devastadores.

Conseguiria Israel sem ajuda americana e a superbomba capaz de penetrar até 60 metros destruir os pontos mais importantes do programa nuclear? As instalações subterrâneas de enriquecimento de urânio em Natanz já foram atingidas. Em Fordow, não é impossível que, na falta de munição para conseguir isso, forças especiais venham a fazer o “trabalho manual” de explodir por terra. Parece uma opção extrema, de altíssimo risco, mas Israel não pode ter subestimado essa possibilidade.

Aliás, todas as possibilidades estão sendo levadas em conta e as forças israelenses estão bombardeando também os centros de documentação do programa nuclear iraniano. Sem contar o assassinato de cientistas nucleares. O jornalista Thomas Friedman escreveu no New York Times que Israel não joga pelas regras das convenções de Genebra, o que é verdade – joga pelas regras vigentes no Oriente Médio, contra inimigos do mesmo jaez. Mas também não está fazendo ataques indiscriminados e dirigidos contra a população civil, como faz o próprio Irã.

AVIÃO DO FIM DO MUNDO

Tem Israel condições de reverter um programa nuclear que estava a muito pouco tempo de enriquecer urânio na proporção necessária para produzir nove artefatos nucleares? E onde está o material físsil? Poderia o Irã produzir uma bomba suja ou receber ajuda para isso do único país que manifestou apoio a ele, o Paquistão?

São perguntas monumentais e as respostas estão em aberto. Inclusive para as pobres meninas doutrinadas desde pequenas a gritar “Morte a Israel” e “Morte à América”, como na foto acima. Elas também são vítimas de um regime que conseguiu provocar ataques diretos de Israel e possivelmente dos Estados Unidos ao mesmo tempo.

Para aumentar o nível de stress do planeta inteiro, o “avião do fim do mundo”, um Boeing E-4B adaptado para transportar o centro de comando dos Estados Unidos em caso de crise grave, pousou em Maryland, encostado em Washington. Ele tem condições de ser reabastecido no ar e voar por até uma semana sem pousar.

Só isso já dá uma ideia do poderio americano. Só podemos torcer que seja usado com sabedoria.

Texto e imagem reproduzidos do blog: otambosi blogspot com

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