Foto: Cristiano Mariz - reproduzida da revistaVEJA e postada pelo blog
Texto publicado originalmente no site Huffpost Brasil, em 05/12/2018
Extrema pobreza aumenta e chega a 15,2 milhões de pessoas em
2017
Dados do IBGE mostram que também aumentou a proporção de
pessoas abaixo da linha da pobreza.
By Agência Brasil
Por Cristina Indio do Brasil, da Agência Brasil
O número de pessoas na faixa de extrema pobreza no Brasil
aumentou de 6,6% da população em 2016 para 7,4% em 2017, ao passar de 13,5
milhões para 15,2 milhões. De acordo com definição do Banco Mundial, são pessoas
com renda inferior a US$ 1,90 por dia ou R$ 140 por mês. Segundo o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o crescimento do percentual
nessa faixa subiu em todo o país, com exceção da Região Norte onde ficou
estável.
Os dados fazem parte da Síntese dos Indicadores Sociais
2018, divulgada nesta quarta-feira (5) pelo IBGE, que entende o estudo como
"um conjunto de informações sobre a realidade social do país". O
trabalho elaborado por pesquisadores da instituição tem como principal fonte de
dados para a construção dos indicadores a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2012 a 2017.
O estudo mostra ainda que também aumentou a proporção de
pessoas abaixo da linha da pobreza. Em 2017, era de 26,5%, enquanto no ano
anterior ficou em 25,7%. Os percentuais significam a variação de 52,8 milhões
de pessoas para 54,8 milhões. De acordo com definição do Banco Mundial, são
pessoas com rendimento até US$ 5,5 por dia ou R$ 406 por mês. A maior parte
dessas pessoas, mais de 25 milhões, estava na Região Nordeste.
Houve elevação ainda na proporção de crianças e adolescentes
(de 0 a 14 anos) que viviam com rendimentos até US$ 5,5 por dia. Saiu de 42,9%
para 43,4%, no período.
Condições de vida
A pesquisa identificou que em 2017 cerca de 27 milhões de
pessoas, ou seja, 13% da população, viviam em domicílios com ao menos uma das 4
inadequações analisadas: características físicas, condição de ocupação, acesso
a serviços e presença de bens no domicílio. A inadequação domiciliar foi a que
atingiu o maior número de pessoas: 12,2 milhões, ou 5,9% da população do país.
Isso significa adensamento excessivo, quando há residência com mais de três
moradores por dormitório.
No Amapá o nível atingiu 18,5%, enquanto em Santa Catarina
ficou em 1,6%. No mesmo ano, 10% da população do país viviam em domicílios sem
coleta direta ou indireta de lixo e 15,1% moravam em residências sem
abastecimento de água por rede geral. O Maranhão foi o estado que registrou a
maior falta de coleta de lixo: 32,7% da população não tinha acesso ao serviço.
Ainda na ausência de melhores condições, o estado do Acre é
o que registrou maior percentual (18,3%) de pessoas residentes em domicílios
sem banheiro de uso exclusivo. Já o Piauí, tinha a maior proporção da população
sem acesso a esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial (91,7%).
Esses resultados mostram uma diferença grande para o estado
de São Paulo, onde houve a maior cobertura para cada um dos serviços. A
proporção da população sem coleta de lixo ficou em 1,2%, sem acesso a
abastecimento de água por rede alcançou 3,6% e sem esgotamento sanitário por
rede foi 7,0%.
Texto reproduzido do site: huffpostbrasil.com
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