quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Dias de tortura e abusos no cativeiro palestino


Artigo compartilhado do BLOG DO ORLANDO TAMBOSI, de 26 de janeiro de 2025

Dias de tortura e abusos no cativeiro palestino

Reféns são mudados constantemente de lugar e sofrem com torturas e terror psicológico. João Pedro Farah para a Crusoé:

O acordo de cessar-fogo firmado entre o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas inclui a libertação de 33 reféns ao longo de 42 dias.

As três primeiras voltaram aos braços de suas famílias no domingo, 18.

Romi Gonen, de 24 anos, Emily Damari, de 28 anos, e Doron Steinbrecher, de 31 anos, ficaram 471 disa no cativeiro.

Em entrevistas para jornalistas israelenses, elas narraram parte do terror que vivenciaram.

As informações foram confirmadas pelas Forças de Defesa do país.

"Eu não pensei que voltaria. Pensei que morreria em Gaza”, disse uma das reféns ao Canal 12. Sua identidade não foi revelada.

Logística

Para dificultar a identificação dos cativeiros, os terroristas trocavam os reféns de lugar ao longo do tempo.

As três mulheres libertadas disseram ter ficado em instalações da Organização das Nações Unidas (ONU) na Faixa de Gaza.

No X, o diretor-executivo da UN Watch, Hillel Neuer, lembrou que a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) se gabava ao dizer que administrava "todos os abrigos da ONU em Gaza".

"Alguns reféns foram levados para apartamentos em Gaza e eram vigiados por membros de grupos terroristas ou até mesmo por civis", diz o representante do Fórum das Famílias dos sequestrados e desaparecidos para o Brasil, Rafael Azamor.

"Eles contam que tinham pouco acesso à comida e que, com o passar dos dias, os alimentos ficavam mais escassos", diz Azamor.

Em 2024, Azamor esteve em Israel para conversar com pessoas que tinham sido sequestradas e seus familiares.

Alguns foram monitorados por terroristas armados 24 horas por dia.

Outros ficaram reclusos em hospitais públicos.

"Tivemos reféns que ficaram em espécie de salas com portas ou grades dentro de túneis subterrâneos", diz Azamor.

Antes, a logística do sequestro era 100% organizada pelo Hamas.

Terroristas da Jihad Islâmica, um grupo menor, apoiaram no atentado e agora também são responsáveis pela manutenção dos reféns em cativeiro.

Terror psicológico e físico

Os algozes cuidaram dos reféns com uma combinação de terror psicológico e físico.

"Crianças foram separadas de seus familiares em alguns momentos, mulheres foram abusadas e estupradas. Portanto não podemos mensurar o sofrimento dos reféns. Uns sofreram mais fisicamente, outros psicologicamente e muitos sofreram das duas maneiras", diz Azamor.

Os terroristas tentavam tirar as esperanças dos reféns. Diziam que Israel não tentaria resgatá-los ou que não se importava com eles.

As mulheres passavam dias em uma cela sem exposição à luz solar.

Uma das reféns foi submetida a uma cirurgia sem anestesia.

"As mulheres foram submetidas a vários tipos de torturas físicas e psicológicas. Diversas ex-reféns, libertadas em novembro de 2023 revelaram ter sofrido violência sexual e de gênero", diz o cientista político Igor Sabino.

Atendimento

Depois da libertação, as três reféns foram levadas de helicóptero para o Hospital Sheba, o maior de Tel Aviv, onde permanecerão internadas por algunas dias.

Elas receberam assistência psicológica antes de se encontrarem com familiares.

A internação na unidade faz parte do processo de avaliação de ferimentos e outras possíveis doenças contraídas nos dias de cativeiro.

Depois disso, elas ficarão em apartamentos cedidos pelo governo israelenses próximos o Sheba ou a outro grande centro médico.

Prova de vida

A alegria dos familiares de Romi, Emily e Doron trouxe esperança para os parentes dos reféns que continuam em Gaza.

Mas muitos ainda precisam lidar com a angústia de não ter informações sobre o estado de saúde de seus entes queridos.

Dos cerca de 90 reféns que ainda estão em Gaza, ao menos 34 estão mortos.

"Conversei com familiares de pessoas ainda sequestradas e todos dizem estar preocupados, pois não têm nenhum tipo de informação sobre suas condições de saúde ou prova de vida. Conheço alguns que desde o episódio de 7 de outubro nunca retornaram ao trabalho", diz Azamor.

A Cruz Vermelha, responsável pela transferência dos reféns, nunca teve acesso a nenhum deles.

Texto e imagem reproduzidos do blog: otambosi blogspot com

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