quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Diversos fatores estão se combinando para formar uma só grande crise...

Artigo compartilhado do BLOG DO ORLANDO TAMBOSI, de 29 de janeiro de 2025

Diversos fatores estão se combinando para formar uma só grande crise para o governo Lula

Inflação está subindo, popularidade descendo, a economia está esfriando, as dificuldades políticas aumentando e a capacidade de tocar uma agenda política diminuindo. William Waack:

É até com certa fleuma que Lula parece caminhar para um cenário dominado por componentes preocupantes. Ou então é a calma dos que ignoram o que pode acontecer, pois até aqui nada é galopante.

A tendência da inflação – o pior inimigo da popularidade de qualquer governo – é de subida. Os gráficos apontando para cima já vêm desde a metade do ano passado. Não causaram pânico, mas seu efeito corrosivo é palpável.

O mesmo ocorre com as taxas de crescimento de um PIB muito dependente do expansionismo fiscal e, portanto, do consumo das famílias. As previsões de que a economia vai esfriar são unânimes, o que parece se confirmar diante do sufoco causado por juros elevadíssimos.

Antecipa-se que seus efeitos serão igualmente corrosivos, embora seja muito difícil afirmar em que prazo. Não se acredita em danos de grande monta ainda no mercado de trabalho .

São constantes e repetitivas as derrotas do Lula 3 nos embates em redes sociais. Elas acompanham as enormes dificuldades políticas no confronto com o Legislativo, que deixaram somente o Judiciário como grande aliado do Planalto. O governo cambaleia, mas é iminente um nocaute.

O problema é a combinação de inflação subindo, popularidade descendo, economia esfriando, dificuldades políticas aumentando e capacidade de tocar uma agenda política diminuindo. Evitar que essa mescla se converta em “massa crítica” implica de diagnóstico preciso da situação.

O único que Lula 3 forneceu até aqui é o de “problema de comunicação”. O Planalto não vê a sinuca de bico fiscal, considera que o PIB sempre será melhor do que se previa, que a relação entre os poderes pode ser controlada pela concessão de ministérios e que desconfiança é mero resultado de fake news criadas pela oposição.

Parte dos fatores negativos estão fora do controle, como o delicado cenário internacional. Mas o que está encolhendo são as ferramentas para dar conta de deterioração política e econômica doméstica, até aqui razoavelmente ao alcance do Planalto.

Do lado econômico, as escolhas por uma política fiscal expansionista ajudaram a acelerar a inflação e reduziram espaço de manobra se as coisas continuam como estão – ou seja, pisar no acelerador significa impulsionar a crise de desconfiança.

Do lado político, o pecado original na montagem da coligação governista e a incapacidade do PT de realmente dividir o poder restringiu a margem de manobra e foi totalmente incapaz de impedir que o Legislativo deixasse de avançar sobre as prerrogativas do Executivo. Em outras palavras, Lula manda menos hoje do que há dois anos.

A ficha ainda não caiu.

Texto e imagem reproduzidos do blog: otambosi blogspot com

Nenhum comentário:

Postar um comentário